Brasília-DF

por Denise Rothenburg » deniserothenburg.df@dabr.com.br
postado em 12/03/2021 23:39 / atualizado em 12/03/2021 23:41
 (crédito: Marcos Corrêa/PR)
(crédito: Marcos Corrêa/PR)

O último fôlego de Paulo Guedes

Sempre chamado pelo Planalto a segurar o mercado e o Congresso quando o presidente Jair Bolsonaro sobe o tom e termina ameaçando o equilíbrio fiscal ou as votações, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respira melhor depois que o Parlamento aprovou a PEC Emergencial. Porém gerou preocupação entre seus aliados do mercado financeiro o fato de ter sido o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e não o ministro da Economia, a explicar para os parlamentares quais os reflexos para a economia se a PEC não trouxesse a contrapartida fiscal, por exemplo, o congelamento de salários.

A muitos, passou uma sinalização de que Guedes não está tão forte quanto possa parecer no mano a mano com os congressistas. Com as pesquisas apontando que a economia segue caminho errado, Bolsonaro volta a ter o ministro prestes a subir na prancha, da qual alguns já foram jogados ao mar. (Para quem não leu no Blog da Denise, no site correiobraziliense.com.br, o ponto que mais preocupa o governo na pesquisa XP, divulgada ontem, é o fato de 63% dos entrevistados responderem que a economia vai pelo caminho errado).

A esperança do Planalto é de que o auxílio emergencial melhore a situação. Os parlamentares, porém, querem que também haja uma ajuda maior aos pequenos e médios empresários, que mais sofrem com a necessidade de lockdown, provocado pelo colapso no sistema de saúde.

O sinal de Moro

As declarações do ex-juiz Sergio Moro sobre o respeito à decisão do ministro Edson Fachin, de anular as condenações de Lula, vão no sentido de ver se consegue melhorar a sua situação em relação à suspeição e fazer com que a Lava-Jato seja revista caso a caso e não no atacado.

A suspeição poderá comprometer tudo o que foi feito, liberando muita gente que sabe perfeitamente por que está presa.

Ex-juiz sem saída

Aliados de Moro têm dito que, diante do desgaste do desmantelamento da Lava-Jato, ele não tem opção fora de uma candidatura, seja à Presidência da República, seja ao Parlamento. Se ele não defender a Lava-Jato, ninguém a defenderá. A operação e os bilhões recuperados não são temas prioritários dos discursos nem dos petistas, nem dos bolsonaristas,
nem dos tucanos, nem da turma do DEM.

Reza a tradição

Muito será debatido nos próximos dias e meses sobre reforma eleitoral. O pano
de fundo é o medo dos partidos pequenos de serem varridos do mapa com o fim das coligações proporcionais.

Epa!/ Depois de vir com frases de calão, do tipo, “enfia a máscara no…”, o deputado Eduardo Bolsonaro (foto) ressuscitou o Zé Gotinha em post com a seguinte inscrição: “Nossa arma agora é a vacina”. Isso mesmo, “agora”. Quem sabe, agora vai.

BFF/ O presidente Jair Bolsonaro pode até ter muitas diferenças em relação ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Mas tem gente no seu governo que se relaciona com o staff democrata sem medo de ser feliz. No topo dessa lista, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Aonde vai, como fez no CB.Poder esta semana, Salles ressalta as boas relações com o time de John Kerry, algo do tipo, best friend forever.

Fechou, mas nem tanto/ Funcionários que chegam à Câmara dos Deputados não precisam mais passar por medição de temperatura corporal. Também não há álcool em gel disponível nos corredores e comissões técnicas para os servidores. E, sabe como é, depois da corrida dos prefeitos e lobistas pelas emendas ao Orçamento na Casa, onde centenas terminaram contaminados, tem muita gente com medo e cobrando cuidados e protocolos mais rígidos.

Enquanto isso, em Roma.../ A Itália se prepara para mais um período de lockdown total até depois da Páscoa. Por isso, a sexta-feira na cidade foi comparada às vésperas de Natal, com as lojas cheias e muita gente nas ruas. A partir de amanhã, cada um no seu bairro. E olhe lá. Por aqui, a quantidade de carros nas ruas indica que a circulação ainda está superior ao que esperam as autoridades para conter a transmissão do vírus.

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