Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 13/03/2021 18:07 / atualizado em 13/03/2021 19:09
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

Lula começa a definir o time

A volta do ex-presidente Lula ao palco principal da política provoca uma verdadeira corrida no PT para definir quem ocupará o “Estado Maior”. Todos os principais estrategistas da primeira campanha vitoriosa ao Planalto, há 19 anos, estão fora de combate. O ex-ministro José Dirceu, que passou um bom período preso, está queimado para fazer a ponte com os partidos. Antonio Palocci está rompido com o PT. E, na época, ele foi tão bem sucedido que acabou guindado a ministro da Fazenda. João Vaccari não tem hoje condições políticas para assumir qualquer posto de destaque, assim como Delúbio Soares, outro ex-tesoureiro do partido. Luiz Gushiken morreu em 2013.

Nos bastidores do PT, a atual presidente, Gleisi Hoffmann, embora tenha sido ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff e senadora, não é considerada uma estrategista política para comandar esse “Estado Maior”. Hoje, estão na boca para essas funções, o ex-candidato a presidente Fernando Haddad, que tem trânsito livre na academia e, também, algumas pontes no empresariado, o senador Jaques Wagner e o governador do Piauí, Wellington Dias.

Em tempo: na área da saúde, entretanto, ninguém tem dúvidas de que o ex-ministro da Saúde e de Relações Institucionais Alexandre Padilha terá lugar de destaque. Afinal, foi ele quem acompanhou Lula ao drive-thru da vacinação contra covid-19.

A bandidagem não tem limites
Diante da triste realidade da falta de imunizantes e com a pandemia se espalhando pelo país, com várias cidades decretando lockdown, tem muita gente por aí se oferecendo aos prefeitos para intermediar a compra de vacinas contra a covid-19. Muitas autoridades, desconfiadas, já pularam fora dessas promessas.

O que vem por aí
Com o fim da coligação para as eleições proporcionais, tem deputados interessados em emplacar o “distritão”, no qual os candidatos mais votados seriam eleitos. Muitos partidos consideram essa proposta o fim do sistema proporcional e a manutenção da pulverização partidária. A ideia é antiga e foi defendida, sem sucesso, pelo ex-presidente Michel Temer e pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

A pressão pelo auxílio
Com a sanção da PEC Emergencial amanhã, o governo poderia começar a pagar o auxílio emergencial ainda este mês. A ideia de pagar em abril, porém, é para dar tempo de aprovar o Orçamento deste ano. O governo já está no desespero, sem recursos para as despesas correntes.

 

Segura o Geraldo!!/ No ninho tucano, a desconfiança é a de que o governador João Doria já admite disputar a reeleição, conforme ele declarou ao jornal O Estado de S.Paulo, para segurar a movimentação de Geraldo Alckmin. Silenciosamente, Alckmin vem ganhando terreno entre os prefeitos para voltar ao governo estadual.

A lição de Aécio/ Se o retorno de Aécio Neves ao palco da política como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara já era apontada como um contraponto a Doria dentro do partido, agora ninguém tem mais dúvidas. O principal recado do deputado na entrevista à Folha de S.Paulo foi o de que ninguém faz política sozinho. Ou João Doria, que fez um gol de placa na questão das vacinas, se coloca de uma forma mais serena e humilde perante seus colegas de partido, ou não conseguirá unir o PSDB.

Subiu no telhado/ Diante da fala de Aécio, de que, se for para unir o centro, o PSDB pode inclusive não ter candidato a presidente, alguns pretendem pedir que o partido desista de realizar a prévia este ano. O assunto será debatido nos próximos dias.

Histórias da Câmara I/ Logo depois que Geddel Vieira Lima foi preso por causa das malas de dinheiro encontradas em um apartamento, o deputado Mauro Pereira (MDB-RS) foi prestar solidariedade a Geddel, na pessoa do irmão do baiano, o deputado Lúcio Vieira Lima. Começou dizendo, “olha, Lúcio, gosto de você, do Geddel, o que eu puder fazer para ajudar, conte comigo” e coisa e tal.

Histórias da Câmara II/ Lúcio, que sempre foi do tipo que perde um amigo, mas não uma boa piada, saiu-se com esta: “Então, vai lá no microfone do plenário e diz que as malas e dinheiro são suas!” Mauro deu risada e recolheu os flaps.

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