Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 16/03/2021 23:05
 (crédito: Evaristo Sa/AFP)
(crédito: Evaristo Sa/AFP)

O novo Nelson Teich

Diante da avalanche de mortes por covid-19 dos últimos dias, 2.841 nas últimas 24 horas, conforme levantamento do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), a avaliação de políticos e de vários secretários de saúde é a de que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não terá saída que não seja o isolamento social, em especial nos centros onde o sistema de saúde, que já era precário, entra em colapso. Jair Bolsonaro, porém, deu como missão ao cardiologista fazer o contraponto a essas medidas de fechamento do comércio e de outras atividades, tal como dera a Nelson Teich a determinação de preparar o protocolo incluindo a hidroxicloroquina, que o presidente considera eficaz para evitar o distanciamento social.

Quem conhece o traçado não tem dúvida: o primeiro desafio do ministro será tentar coordenar essa parte no momento em que as vacinas são escassas, os hospitais estão lotados e não há meios de os estados bloquearem o trânsito interestadual, uma vez que essa decisão cabe ao governo federal. O difícil, dizem os aliados, será fazer com que Bolsonaro adote medidas nesse sentido e não critique abertamente as medidas adotadas pelos estados e municípios.

 

Onde mora o perigo

O agronegócio está em pânico. Diante das novas cepas e do aumento do número de casos, o Brasil corre o risco de ter seus cidadãos barrados em outros países. Até aí, dizem alguns aliados do governo, ainda é considerado normal, porque, diante do risco de contaminação, todo o cuidado é pouco. Mas o receio é de que comecem a barrar também a entrada de produtos brasileiros em nações europeias e asiáticas, em especial.


Vetos à lei de Falências em xeque

Associações de empresas de transportes, de telecomunicações, de infraestrutura e outras enviaram manifesto aos congressistas para pedir a derrubada de dois vetos de Bolsonaro à Lei de Falências. A tendência, pelo menos de parte dos congressistas, é acolher os pedidos uma vez que se referem especificamente à possibilidade de compensar prejuízos fiscais e, de quebra, postergar o pagamento de PIS/Cofins.


Na mira do TCU

O Tribunal de Contas da União julga, hoje, decisão do ministro Raimundo Carreiro que suspendeu mais de 11 mil autorizações de abertura de linhas de ônibus pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por indícios de irregularidades. Recentemente, por causa da pandemia, a ANTT suspendeu todos os prazos e punições previstos para as empresas que solicitaram e não iniciaram a operação de mercados ao longo de 2020. No TCU, há quem diga que não seria possível aprovar o que não havia condições sanitárias para operar.


E os policiais, hein?

A manutenção do segmento de segurança pública na PEC Emergencial e a aceleração na reforma administrativa na Comissão de Constituição e Justiça fizeram transbordar o copo da relação entre policiais e governo. O tamanho da carreata de hoje será apenas um termômetro do descontentamento.


CURTIDAS

O exemplo do marechal/ Em 1965, o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco soube que um de seus irmãos, funcionário da Receita, havia recebido de presente um Aero-Willys, a sensação automobilística na época. Não teve dúvidas: mandou o irmão devolver o carro e providenciou sua demissão sumária.
Sutis diferenças/ Jair Renan (foto), que teria recebido um carro elétrico de presente, não pode ser demitido. E até aqui não se tem notícia de que Bolsonaro mandou o filho 04 devolver o mimo.

Apressado come cru/ O Centrão pressionou pela substituição do ministro da Saúde na esperança de que Bolsonaro nomearia um dos médicos da bancada para o cargo. O primeiro tuíte do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o tema, ainda no domingo, definia que o novo ministro deveria ser alguém com diálogo no Parlamento. Minutos depois, chega a notícia de que o presidente conversaria com Ludhmila Hajjar. Para não parecer contra, Lira apoiou a indicação. Deu ruim.

Barriga de aluguel/ Diante da escolha de Marcelo Queiroga, o aval do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), à escolha do cardiologista para ministro da Saúde foi para tentar acalmar o Centrão. Não deu certo, porque a ideia do bloco na Câmara era ver um dos seus na pasta. Se os deputados do Centrão não se sentirem partícipes do governo, problemas políticos virão se somar à tragédia da pandemia.

Aumenta a concorrência/ O criminalista André Luís Callegari acaba de abrir sede em Brasília. O escritório em Porto Alegre será mantido. Callegari, professor de Direito no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), é responsável pela defesa de Joesley Batista nos tribunais superiores.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação