Brasília-DF

por Denise Rothenburg deniserothenburg.df@dabr.com.br

Correio Braziliense
postado em 19/03/2021 22:44
 (crédito: Maure)
(crédito: Maure)

Mais uma assombração

O Tribunal de Contas da União vai rejeitar o pedido do subprocurador junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Furtado, para afastar o presidente Jair Bolsonaro das funções administrativpas na Economia, na Saúde e na Casa Civil. No meio jurídico, a solicitação foi vista como mais uma fumaça escura em meio a tantos desatinos, uma vez que não é prerrogativa do TCU tratar de impedimentos de presidente da República.

Para muitos juristas e parlamentares, essa atitude é mais aposta na ruptura, assim como foi vista a de Jair Bolsonaro ao falar em estado de sítio e partir para o confronto com governadores e prefeitos. O fim de semana será usado para baixar toda essa poeira, a fim de focar na solução dos problemas de atendimento aos pacientes e na vacinação.

 

Fumaça tem limite
Alguns estrategistas de Jair Bolsonaro referem-se à menção do presidente ao estado de sítio como um recurso extremo, para criar uma cortina de fumaça diante da constatação de que a pandemia no Brasil está fora de controle, e a vacinação, atrasada. Judiciário e Legislativo não caíram nessa e vão passar o fim de semana em conversas, no sentido de deixar claro que o país precisa de gente trabalhando pela saúde e não jogando para a torcida.

 

Vem resposta
O Supremo Tribunal Federal, inclusive, deve aproveitar a ação do presidente contra o lockdown para deixar claro que estado de sítio é uma coisa, e lockdown por causa de pandemia, outra. Quanto ao Parlamento, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já avisou que, ali, esse recurso não terá respaldo. Ele continua pregando a união para combater o vírus.

 

Sem eira nem beira I
Funcionários terceirizados da Câmara dos Deputados que ficaram, nos últimos dias, na linha de frente dos serviços e começaram a apresentar sintomas de covid — há diversos casos confirmados — passam pelo constrangimento de ter o atendimento negado nos serviços de Teleconsulta da Casa.

 

Sem eira nem beira II
Muitos desses funcionários, que incluem desde o pessoal da limpeza a trabalhadores da rádio e da TV, num primeiro momento, foram atendidos no departamento médico da Câmara, que lhes prescreveu exames e mandou-os para casa com a orientação de que, a partir daquele momento, procurassem o Teleconsulta para ter acesso à consulta médica. Quando eles ligam, são informados de que os médicos desse serviço só estão autorizados a atender funcionários estatutários da Casa.

 

Sindilegis vai investigar
A maior parte desses terceirizados foi contaminada pela covid quando estava em serviço presencial, convocada pela direção da Casa, e não possui plano de saúde particular. A direção do Sindilegis prometeu ajudar.

 

Curtas

O governo contra-ataca.../ Embora atue para que a CPI da Covid-19 não seja instalada agora, o governo já começou a juntar material para agir nessa arena, com o objetivo de tirar do presidente Jair Bolsonaro a imagem de “o vilão da pandemia”. A ideia é provar que o governo federal liberou recursos, mas os estados não aplicaram onde deveriam.


… para 2022/ A situação de colapso em São Paulo, por exemplo, já está registrada entre os governistas. Se João Doria fosse um bom gestor, dizem eles, ninguém morreria no estado por falta de atendimento médico.


Atira aqui e acerta em 2022/ Os governadores do DF, Ibaneis Rocha; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e da Bahia, Rui Costa, estão na mira de Bolsonaro não só por causa das decisões que tomaram e, sim, porque o presidente sabe que os dois últimos são opositores ao projeto de reeleição em 2022. E Ibaneis, bem… O governador do DF já foi mais próximo e não se cansa de dizer que “é aliado, mas não compactua com erros”. Bolsonaro é do tipo que confia desconfiando.


Pior não fica?/ Os aliados do presidente acreditam que o novo ministro Marcelo Queiroga (foto) tem tudo para dar certo. É que a situação está tão ruim que qualquer ação será considerada uma grande gestão.


Nunca antes na história deste país/ Um presidente da República viu um senador falecer de forma tão abrupta, como o caso de Major Olímpio, sem emitir sequer uma nota de pesar. Entre os políticos, ficou a impressão de que Bolsonaro não tem sentimentos de solidariedade com o ser humano.

 

 

 

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