Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 20/03/2021 22:13
 (crédito: Najara Araujo/Câmara dos Deputados )
(crédito: Najara Araujo/Câmara dos Deputados )

Novo orçamento de guerra em gestação
Diante do aumento do número de casos, de mortes por covid-19 e da quantidade de estados com risco de colapso no sistema de saúde, o governo começa a cogitar um novo orçamento de guerra, que permita gastar o que for possível para resolver a situação. Por enquanto, a equipe econômica não quer nem falar disso e está lutando contra algo muito pior: a vontade de alguns parlamentares de usarem recursos da Previdência Social para obras, algo que não pode ser feito.
Quem já avaliou os números do Orçamento deste ano, e as dificuldades de cumprimento das despesas, não tem dúvidas de que esse Orçamento virá, embora menor do que aquele aprovado em maio de 2020. Essa discussão começa a partir desta semana, quando o Congresso espera votar a Lei Orçamentária de 2021.

 

A primeira missão de Queiroga
Um dos pedidos que o presidente Jair Bolsonaro fez ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, antes da posse, foi o de confirmar se as pessoas estão morrendo por covid-19 ou por outras doenças. Bolsonaro simplesmente não acredita nem na situação de colapso dos hospitais, nem no elevado número de mortes pela doença. O primeiro desafio de Queiroga será encarar a dura realidade dos hospitais públicos no país, agravada pela covid-19.


Vale lembrar
Quando Eduardo Pazuello assumiu o Ministério da Saúde, houve uma tentativa de mudar o sistema de divulgação do número de novos casos, de recuperados e de mortes e um ensaio de manipulação de dados. Não funcionou.


Temer deu a dica
A fala de Michel Temer, defendendo a necessidade de o presidente admitir o erro na condução da pandemia e propor um pacto nacional, em entrevista ao Estadão, foi vista no Congresso como o caminho a ser seguido. Foi ainda a senha para o presidente, no sentido de, se não houver uma correção de rumo por parte do Poder Executivo, não haverá clima para a união.


A culpa é dos outros
Até aqui, ninguém conseguiu convencer Jair Bolsonaro a admitir qualquer erro na condução da pandemia. Ele considera que, no ano que vem, quando todas as pessoas estiverem vacinadas, a pandemia será coisa do passado e a sua popularidade voltará aos patamares confortáveis, por causa da defesa da economia. Quanto à falta de insumos que devem ser distribuídos pelo Ministério da Saúde, a avaliação é a de que a responsabilidade é dos governadores. Se respingar no governo federal, ficará na conta de Eduardo Pazuello.


Curtas

Maia na lida/ O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (foto) tem feito várias lives com os mais diferentes setores da economia e sindicatos. Dia desses, foi a vez dos eletricitários, quando fez severas críticas ao uso de medida provisória para a privatização da Eletrobras e ao modelo adotado. Disse que, além de insegurança jurídica, impede um amplo debate na sociedade. E, do jeito que está, não vai resolver o problema. Ao que tudo indica, essa privatização será mais um debate que está interditado em tempos de pandemia. Em seu último balanço, divulgado em 15 de março, a Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 6,4 bilhões.

Escapou.../ Diante da tragédia da pandemia e a necessidade premente de o Congresso retomar as sessões virtuais, o senador Flávio Bolsonaro ganhou um refresco em relação às cobranças para que divulgue os documentos relativos à venda do apartamento na Barra da Tijuca, e explique a ausência de R$ 1,8 milhão entre os depósitos declarados como parte do pagamento da mansão de R$ 6 milhões.

…Mas volta/ Porém, assim que estiverem todos vacinados por ali, a pressão pelas explicações voltará e justamente em 2022, ano eleitoral.

Mui amigo/ Tem muita autoridade empurrando para os subordinados ou vices a presença em solenidades no Palácio do Planalto. Não são poucos os que, no momento, declinam dessa honraria. Muitos já tiveram a doença, mas o receio da segunda onda e da nova cepa é grande.

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