Diante do cenário caótico que o Brasil vive causado pela pandemia da covid-19, um grupo, de quase 200 entre os mais renomados economistas do país, assina uma carta aberta em que pedem medidas efetivas de combate à pandemia. A lista inclui banqueiros, ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central. O documento cobra a aceleração do ritmo da vacinação e cogita até mesmo um lockdown nacional.
O manifesto será enviado aos líderes dos três Poderes: o presidente Jair Bolsonaro; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; e o da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
“A necessidade de adotar um lockdown nacional ou regional deveria ser avaliado. É urgente que os diferentes níveis de governo estejam preparados para implementar um lockdown emergencial, definindo critérios para a sua adoção em termos de escopo, abrangência das atividades cobertas, cronograma de implementação e duração”, diz um trecho da carta.
O documento ainda fala em uma distribuição gratuita de máscaras. “Países da União Europeia e os Estados Unidos passaram a recomendar o uso de máscaras mais eficientes — máscaras cirúrgicas e padrão PFF2/N95 — como resposta às novas variantes. O Brasil poderia fazer o mesmo, distribuindo máscaras melhores à população de baixa renda, explicando a importância do seu uso na prevenção da transmissão da covid”, diz o texto.
A carta é assinada por centenas de economistas, empresários, entre eles os ex-ministros da Fazenda, Marcílio Marques Moreira, Pedro Malan, Mailson da Nóbrega e Rubens Ricupero. Segundo argumentam os signatários da carta, a recessão causada pela pandemia não será superada enquanto a pandemia não for controlada pelo governo federal.
“Este (governo) subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia. Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população”, afirmam.
Entre outros alertas, dizem que, com 40% da força de trabalho do país ganhando a vida de maneira informal e sem qualquer proteção contra o desemprego, é preciso ação imediata. Pedem também a retomada urgente de medidas de apoio a pequena e médias empresas. Propõe ainda o andamento em paralelo “de uma reforma no sistema de proteção social, visando aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais.”
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