PRONUNCIAMENTO

Bolsonaro muda o tom sobre vacinas: "vamos fazer de 2021 o ano da vacinação"

Em pronunciamento oficial, presidente afirma que, até o fim do ano, país terá mais de 500 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. "Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas", disse

Augusto Fernandes
postado em 23/03/2021 21:02 / atualizado em 23/03/2021 22:37
 (crédito: Isac Nóbrega/PR
)
(crédito: Isac Nóbrega/PR )

O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional, na noite desta terça-feira (23/3), e garantiu que o país terá mais de 500 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus até o fim de 2021.

"Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la", declarou o presidente.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro duvidou da capacidade dos imunizantes em conter o novo coronavírus e incentivou o uso de medicamentos sem comprovação científica como tratamento à covid-19. Além disso, o mandatário atrasou a conclusão de acordos para a aquisição de vacinas. No ano passado, por exemplo, disse que não compraria a CoronaVac, produzida pela farmacêutica Sinovac com o Instituto Butantan, devido à rivalidade que tem com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

No pronunciamento desta noite, contudo, o presidente defendeu a importância da vacinação e disse que o governo não poupou esforços para garantir a aquisição de imunizantes. "Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito."

Ele citou os acordos assinados, neste mês, com Pfizer e Janssen, que devem garantir mais 138 milhões de doses em 2021. Bolsonaro afirmou que "intercedeu pessoalmente" para firmar os contratos. No entanto, em janeiro deste ano, o governo criticou a proposta oferecida pela Pfizer, reclamando que a empresa "tenta desconstruir trabalho de imunização no Brasil".

O mandatário também destacou que o Brasil deve intensificar a produção de imunizantes em solo nacional e que "muito em breve, retomaremos nossa vida normal". "Hoje, somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria-prima necessária. Em poucos meses, seremos autossuficientes na produção de vacinas."

Bolsonaro disse não saber "por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença", mas frisou que "a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir".

O presidente ressaltou que o Brasil é o quinto país que mais vacinou pessoas contra a covid-19 no mundo, baseando-se apenas no número total de imunizantes aplicados e não na quantidade proporcional à população da nação, e que isso aconteceu "graças às ações que tomamos logo no início da pandemia". "Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da Federação."

O mandatário finalizou o pronunciamento se solidarizando com as vítimas da pandemia. "Solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. Que Deus conforte seus corações."

Leia o pronunciamento de Bolsonaro na íntegra:

Boa noite,

Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros.

Desde o começo, eu disse que tínhamos dois grandes desafios: o vírus e o desemprego. E, em nenhum momento, o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome.

Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da Federação, graças às ações que tomamos logo no início da pandemia.

Em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca e liberamos, em agosto, 1 bilhão e 900 milhões de reais.

Em setembro de 2020, assinamos outro acordo com o consórcio Covax Facility para a produção de 42 milhões de doses. O primeiro lote chegou no domingo passado e já foi distribuído para os estados.

Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan.

Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito.

Hoje, somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria-prima necessária. Em poucos meses, seremos autossuficientes na produção de vacinas. Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir.

Neste mês, intercedi pessoalmente junto à fabricante Pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2021. E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano.

Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas.

Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal.

Solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. Que Deus conforte seus corações!

Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros.

Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la.

Deus abençoe o nosso Brasil.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação