Diante da pressão da classe política para respostas mais efetivas do governo federal contra a pandemia da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro fará uma reunião, hoje, no Palácio da Alvorada, com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG); e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que deve oficializar a criação de um comitê de crise entre os Três Poderes para o acompanhamento das ações do Executivo no enfrentamento ao novo coronavírus.
A escalada de mortes e infecções pela doença no país, nas últimas semanas, fez com que uma parcela expressiva do Congresso pressionasse Pacheco a instaurar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo em meio à crise sanitária. O senador tem se colocado contra a ideia, mas vai propor a Bolsonaro a instalação do gabinete para que os parlamentares possam fiscalizar o trabalho do Palácio do Planalto.
Críticas
Mesmo ignorando a proposta de uma CPI contra o Executivo, Pacheco levará ao encontro de hoje as críticas de congressistas ao desempenho do governo diante da pandemia. A demora na aquisição de vacinas e da matéria-prima para a produção dos imunizantes no país, o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), tem sido um dos motivos de maior irritação dos parlamentares, que também cobram do Planalto mais empenho para minimizar a falta de oxigênio hospitalar e para abrir novos leitos de enfermaria e de unidades de terapia intensiva (UTIs) voltados a pacientes com covid-19.
Na semana passada, o próprio Pacheco escreveu uma carta à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, propondo um acordo para que o Brasil compre doses que estão estocadas em território americano e sem previsão de uso.
Além disso, 65 parlamentares assinaram uma moção de apelo internacional chamando a atenção do mundo para a necessidade de o Brasil obter vacinas contra o novo coronavírus. O documento foi aprovado, ontem, no plenário do Senado e será encaminhado a todos os países-membros do G20, à Organização Mundial da Saúde (OMS), aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aos parlamentos europeu e inglês e ao Congresso americano.
Governadores das cinco regiões do país também participarão da reunião, bem como os ministros da Justiça, André Mendonça; da Defesa, Fernando Azevedo; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, além do advogado-geral da União, José Levi Mello. Recém-empossado ministro da Saúde, Marcelo Queiroga também estará no encontro, assim como o antecessor, Eduardo Pazuello.
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