Correio Talks

Estabilidade é o melhor antídoto, pondera Fernanda Schwantes

Em relação aos desafios para o país pós-pandemia, a economista disse que torce muito para que a economia se recupere "o mais rápido possível", com crescimento em todos os setores e não apenas na agricultura

Rosana Hessel
postado em 24/03/2021 06:00
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

A economista Fernanda Schwantes, superintendente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), demonstrou preocupação com uma recessão diante da desaceleração da economia no meio dessa segunda onda da pandemia da covid-19, que está mais forte do que a primeira. “O aspecto mais preocupante é o de uma nova recessão. O auxílio não vai ser suficiente para a economia decolar, mas vai cumprir um papel importante para evitar uma queda maior na economia”, afirmou a analista, ontem, durante o primeiro painel do seminário on-line Correio Talks: “Desafios para o Brasil no pós-pandemia”.

Na avaliação da economista, o auxílio emergencial não foi o vilão da inflação. “O benefício ajudou a sustentar a demanda da população mais vulnerável e dos trabalhadores informais”, frisou. Na avaliação da especialista, o auxílio “tem um papel importante para socorrer os trabalhadores informais”. Fernanda Schwantes lembrou que são as incertezas internas, tanto na política quanto na economia, que pressionam o dólar e, consequentemente, a inflação.

Em relação aos desafios para o país pós-pandemia, a economista da CNA disse que torce muito para que a economia se recupere “o mais rápido possível”, com crescimento em todos os setores e não apenas na agricultura. “Nossa expectativa é de que a economia como um todo consiga retomar o crescimento necessário para melhorar as condições de vida para a população”, disse. “Só retomando o crescimento econômico é que vamos melhorar as condições de vida da população e do emprego”, adicionou.

Conforme os dados apresentados por Fernanda Schwantes, o setor agrícola foi um dos destaques de 2020 ao apresentar crescimento durante o pior período da pandemia. Entretanto ela citou que essa retomada não foi homogênea. Os segmentos mais afetados pela pandemia foram o de hortaliças, o de flores e o de produtos lácteos e, assim como no ano passado, a CNA pretende ajudar os produtores a comercializarem seus produtos em markeplaces e em feiras.

A sinalização do Banco Central de que os juros continuarão subindo nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e a indefinição no Orçamento para os subsídios agrícolas têm deixado o setor apreensivo. “No caso da agropecuária, o ajuste do Copom traz muita incerteza quando os produtores começam a negociar empréstimos para o próximo Plano Safra”, destacou. Ela acrescentou que ainda há uma definição do tamanho do Plano e, muito menos, qual será o custo dos empréstimos, que devem ficar mais caros, pois o Orçamento de 2021 — que ainda está em discussão no Congresso — tem previsões de cortes desses recursos na equalização das taxas de juros.

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