PANDEMIA

Bolsonaro defende que vacinação com Exército será mais rápida

Em live semanal, presidente defende diz que com as Forças Armadas, a notificação dos vacinados será "imediata"

Rosana Hessel
postado em 08/04/2021 20:44 / atualizado em 08/04/2021 22:36
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

No dia em que o Brasil registrou, pela segunda vez, mais de 4 mil mortes por covid-19, o presidente Jair Bolsonaro, levantou dúvidas sobre a diferença entre os números divulgados pelo Ministério da Saúde e o número de pessoas vacinadas no país. Segundo ele, com o Exército ajudando na vacinação, essa questão será resolvida, porque haverá notificação "imediata". 

"O Exercito brasileiro começou a colaborar na vacinação também e outras unidades, brevemente, começarão a vacinar.  E com Exército, Marinha e Aeronáutica, nós sabemos que essa questão das vacinas são... chegando, imediatamente, elas vão ser utilizadas e notificadas ao ministério aqui, de modo vocês saibam quantas doses foram distribuídas e vão ser aplicadas de forma bastante rápida", afirmou Bolsonaro, nesta quinta-feira (8/4) durante a transmissão live semanal, que durou menos de 25 minutos e na qual o ex-capitão se considerou membro das Forças Armadas e usou sempre o pronome nós.

"Quero agradecer o empenho de a todos envolvidos com a vacinação no Brasil. O ministério da Saúde distribuiu 45 milhões de doses e 24 milhões foram aplicadas. Essa diferença é, no meu entender, em parte, à não notificação de forma rápida para o Ministério da Saúde", disse ele, em seguida, ao lado do secretário de Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, Helio Angiotti Neto.

O secretário, no entanto, não revelou qual é a capacidade de vacinação do governo no país, com a entrada das Forças Armadas, apesar de ter atingido 1 milhão de vacinados por dia. "Podemos vacinar mais. Temos estrutura", garantiu. 

De acordo com Bolsonaro, "onde houver uma unidade militar, haverá vacinação, porque isso já foi acertado com o ministro da Defesa, Braga Neto, e as Forças Armadas". "Estamos à disposição. Chegando para nós esse dever, o militar trabalha 24 horas por dia. Obviamente dependemos de vacina chegando para nós", disse. 

 

Alfinetada

 

O presidente citou um vídeo de um prefeito da cidade de São Pedro dos Crentes, no Maranhão, que é governado por Flávio Dino (PCdoB), que teria criticado a demora para a chegada de vacina, "e leva um tempo muito grande". "Lá o governador, segundo ele, desconsidera sábado, domingo e feriado. Não trabalha nesses dias", disse. "Acho que essa não deveria ser a forma de trabalhar quando se está numa crise como essa da covid-19", emendou.

Logo no início do vídeo, Bolsonaro citou, sem muito entusiasmo, que o governo consegui arrecadar R$ 3,3 bilhões no leilão de aeroportos realizado na quarta-feria, mas errou o percentual de ágio médio, de 3.822% e citou 1.500%. Segundo ele, a previsão de receita "era baixa" e o resultado mostra que "os investidores estão confiantes no Brasil". "É uma boa notícia para todos nós", afirmou ele, depois citando a visita que fez a Chapecó (SC) e a Foz do Iguaçu (PR). 

Após afirmar que o governo dele tem trabalhado "para vencer a guerra contra a covid-19 desde o início", e, para se defender das críticas por não ter comprado vacina em 2020, o presidente colocou o secretário Angiotti Neto para falar.  "E a prova que nós compramos vacina no ano passado, procede?", perguntou Bolsonaro. "Sim. Já preparamos desde o ano passado uma encomenda tecnológica com Oxford, AstraZeneca, envolvendo, Fiocruz, quando ninguém estava falando vacina o governo tinha se mobilizado e estava se preparando", disse o secretário.

Bolsonaro citou como exemplo de medidas adotadas pelo governo no combate aos efeitos da pandemia o auxílio emergencial, como o "maior projeto de assistência social do mundo", mas não mencionou a nova rodada do benefício que começou a ser pago nesta semana. Ele ainda fez confusão entre o Benefício para Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), dizendo que o segundo preservou mais de 10 milhões de emprego. 

Curiosamente, o presidente evitou recomendar a cloroquina no vídeo ao comentar que as pessoas estão ficando muito deprimidas com a pandemia e afirmou: "Eu não sou médico", disse ele, acrescentando ser formado em educação física. Em seguida criticou o "o clima de pavor que é pregado junto a sociedade". "Isso não ajuda a salvar vidas", disse. 

O presidente colocou uma foto de um policial armado e uma mulher e duas crianças na praia, sugerindo que elas estavam sendo intimidadas. "Não vou discutir. Uma foto vale mais do que um milhão de palavras", disse. "A missão dele é mandar a mãe com as crianças para casa", ironizou. 

Bolsonaro voltou a afirmar que tem duas preocupações: o vírus e o desemprego. E repetiu que o Brasil é um dos países que mais está vacinando, atrás dos que fabricam a vacina. Ainda, entre uma tosse e outra, citou a  os estudos que o governo está desenvolvendo estudo, em  parceria com a Fiocruz, para utilizar um novo remédio que ainda está em estudo: a proxalutamida. Segundo o secretário, ainda não há uma previsão de quando esse medicamento poderá ser autorizado pela autoridades competentes. 

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