COVID-19

Bolsonaro sobre compra de vacinas: Pazuello "fez o dever de casa lá atrás"

No Pará, chefe do Executivo voltou a dizer que seria irresponsabilidade do governo comprar os imunizantes antes da aprovação da Anvisa. Ações do governo federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, são ponto central das investigações a serem feitas pela CPI da Covid

Ingrid Soares
postado em 23/04/2021 18:15 / atualizado em 23/04/2021 18:15
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello nesta sexta-feira (23/4). Durante discurso em uma entrega simbólica de cestas básicas no Pará, o mandatário afirmou que o general "fez o dever de casa lá atrás" sobre compra de vacinas no país. O chefe do Executivo voltou a dizer que seria irresponsabilidade do governo comprar os imunizantes antes da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"O nosso Brasil, tirando aqueles países que produzem a vacina, é o que mais vacina em números absolutos em todo o mundo. Isso é um trabalho que vem lá de trás, do general Pazuello à frente do Ministério da Saúde, que fez o dever de casa lá atrás e não comprou no ano passado. Praticamente, apenas fez muitos contratos, porque precisava passar pela Anvisa. Seria uma irresponsabilidade do governo dispender recurso para algo que ninguém sabia o que era ainda porque não estava no mercado", justificou.

Segundo Bolsonaro, a expectativa é de que nos próximos meses o país consiga vacinar um número maior de pessoas e "voltar à normalidade". "Alguns poucos países do mundo começou (sic) a vacinar em dezembro. O Brasil começou em janeiro. A gente espera, nos próximos meses, conseguir um número considerável de vacinados para que nós possamos então voltar a nossa normalidade e fazer com que brotem novamente os empregos e a nossa população viva numa situação diferente do que vive hoje. Só tenho a agradecer aos meus ministros", emendou.

O presidente aproveitou a oportunidade para criticar novamente governadores e medidas como lockdown e toque de recolher, dizendo não ter fechado comércios e não ter apoiado a política do "fecha tudo".

"Hoje, temos ao nosso lado muitos deputados que estão imbuídos de buscar meios para ajudar o país a crescer a voltar ao seu nível de emprego e, nesse momento, colaborar com aqueles que perderam muito ou quase tudo por ocasião da pandemia. O governo federal, fique bem claro, não mandou fechar comércio, não apoiou a política do 'fique em casa, a economia a gente vê depois', não destruiu empregos. Muito pelo contrário. Sempre falou que tínhamos dois problemas pela frente: o vírus e o desemprego", afirmou. E continuou: "Lamentavelmente, como efeito colateral da política do fique em casa, destruição de empregos, lockdown, toque de recolher entre outras coisas, cresceu a massa de pessoas que nada mais têm ou quase nada mais têm e precisa do Estado num momento difícil como esse".

Segundo o mandatário, a entrega das cestas básicas é um gesto de humanidade perante governadores e prefeitos que "quase nada fazem por aqueles que foram desempregados no seu estado".

"Essa passagem por aqui, como tivemos há pouco em Manaus, visa colaborar com aqueles mais necessitados através de vários ministros que integram o nosso governo para atender a essas pessoas. É um momento de humanidade para com essas pessoas quando, infelizmente, a gente vê que aqueles que retiraram os empregos não fazem quase nada por aqueles que foram desempregados no seu estado", concluiu.

Manaus

Mais cedo, em Manaus, o presidente agradeceu Pazuello pelo trabalho à frente da pasta da Saúde.  A visita à cidade foi a primeira após a crise de oxigênio e a falta de UTIs que culminou na morte de pacientes. As ações do governo federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, são ponto central das investigações a serem feitas pela CPI da Covid. Na ocasião, Bolsonaro também recebeu o título de cidadão honorário local. 

"Conseguimos com a equipe de Brasília colaborar, e muito, para que os danos dessa pandemia fossem diminuídos, em especial, pelo Ministério da Saúde, que teve até a pouco tempo, o senhor Pazuello. Aqui presente, o ministro (Marcelo) Queiroga, que dá prosseguimento ao seu trabalho. A gente pede a Deus que essa pandemia logo nos deixe e o Brasil possa voltar a sua normalidade. É isso que todos nós queremos".

O ministro do Turismo, Gilson Machado, aproveitou o momento para defender efusivamente Pazuello.
“Cadê o general Pazuello? Cadê ele? Venha cá. Eu fui testemunha da luta desse homem pela erradicação da doença no nosso país", disse.

 

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