CPI da Covid

Omar Aziz é presidente da CPI da Covid-19; Randolfe é vice

Renan Calheiros fará a relatoria da comissão. A sessão foi marcada por críticas de governistas e pela tentativa do senador Eduardo Girão de fortalecer uma suposta suspeição de Calheiros

Luiz Calcagno
postado em 27/04/2021 13:15 / atualizado em 27/04/2021 13:17
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Senadores elegeram nesta terça-feira (27/4) o senador Omar Aziz (PSD-AM) por 8 votos presidente da CPI da Covid, e Randolfe Rodriges (Rede-AP), vice, com 7 votos e 4 votos em branco. Aziz indicou Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria do colegiado. Eduardo Girão (Podemos-CE) teve 3 votos. Após anunciar o resultado da votação, o senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidiu a sessão, se dirigiu a Girão, e disse que sempre trabalhou “com muita isenção, imparcialidade e dentro da verdade dos fatos”. Isso porque, na tentativa de virar os votos a favor de si, Girão questionou sistematicamente a imparcialidade do colegiado.

“Eu quero dizer que concordo (com a necessidade de imparcialidade dos trabalhos), mas procedo assim há 35 anos, em todos os cargos que ocupei. Sempre me pautei nesse nível de imparcialidade e busca da verdade”, afirmou. Omar Aziz prometeu um trabalho transparente e técnico, e destacou ao líder do governo Fernando Bezerra (MDB-PE), que, pela fala do parlamentar, o governo colaborará com os trabalhos.

“Não dá para a gente discutir questões política em cima de quase 400 mil mortos. Não me permito fazer isso. Perdi um irmão há 50 dias. Eu não viria a uma CPI dessas para puxar por um lado contra o outro. Espero que a gente possa sair daqui com a cabeça erguida mostrando o caminho que o Brasil tem que seguir. Sem prejulgamento como estamos sendo prejulgados. Não tem isenção porque morre gente de esquerda, de direita, de centro, pastor, padre, ateu e umbandista. Não tem classe social a doença”, discursou Aziz.

Justiça

Omar Aziz disse que nenhum dos parlamentares fará milagres, mas poderão dar um norte ao tratamento e ter um protocolo nacional, além de descobrir o que deixou de ser feito e quem foi o responsável. “Essa CPI não tem que se vingar de absolutamente ninguém. Tem que fazer justiça a milhares de órfãos que a covid está deixando, que perderam o pai e a mãe, que têm o futuro incerto. Nós perdemos amigos e parentes”, disse.

“Essa CPI não é de 11 senadores e sete suplentes. Está do lado de cada brasileiro no momento. Cerca de 86% da população brasileira conhecem ou são parentes de alguém que faleceu na covid. Faço um apelo a todos os companheiros senadores. Vamos levar o trabalho técnico sem buscar além de nada a verdade. Seja contra quem for. Não falem que queremos proteger. Não podemos proteger ninguém que falhou ou errou em nome de 400 mil óbitos. Em 60 dias, chegaremos a meio milhão de mortos pela covid”, destacou.

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