COVID-19

"Queria entender a finalidade da CPI", diz ministro da Justiça

Primeiro delegado da Polícia Federal a ocupar o cargo, Anderson Torres sai em defesa do governo ao criticar abertura de investigação no Senado. "Vamos investigar quem viabilizou os recursos para o combate à pandemia?", questiona

Carlos Alexandre de Souza
Ana Dubeux
Sarah Teófilo
Denise Rothenburg
postado em 30/04/2021 19:09 / atualizado em 30/04/2021 20:40
 (crédito: MINERVINO JUNIOR                    )
(crédito: MINERVINO JUNIOR )

O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, não se furta a defender de forma contundente o presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao Correio, o ministro, primeiro delegado da Polícia Federal a chefiar a pasta, é favorável aos direito à posse de arma para a população. Elogia a atuação do governo federal no âmbito da pandemia e dispara críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, aberta no Senado Federal.

Anderson Torres frisa que foi o governo que viabilizou os recursos para combate à pandemia e questiona a finalidade da CPI. "Gostaria de entender exatamente a finalidade, o que vai ser investigado. A CPI tem que ter um objeto concreto, vai investigar o quê exatamente?", questionou. Confira trechos da entrevista concedida ao Correio:

O que acha da CPI da covid?

CPI a gente tem que respeitar. É uma Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Congresso Nacional. Não me cabe discutir. Mas eu gostaria de entender exatamente a finalidade, o que vai ser investigado. A CPI tem que ter um objeto concreto, vai investigar o quê exatamente? A gente vai ver se é uma CPI política ou técnica. Participei de três no Congresso Nacional, sei exatamente como funciona uma CPI. A gente sabe como é que funciona, e ver os fatos. Agora, te pergunto: Vamos investigar quem viabilizou os recursos para o combate à pandemia? Preciso entender melhor essa CPI.

A proposta da CPI é investigar as medidas que foram tomadas pelo governo e as possíveis omissões. E há o fato recente de Manaus. O governo federal não falhou ao longo deste ano de pandemia ao não coordenar os estados?

É um assunto difícil de opinar. No dia que fui receber o primeiro lote de vacinas aqui para o Distrito Federal, eu vi na base aérea o oxigênio ser encaminhado para Manaus. Eu nem sabia o que era aquilo, uns cilindros enormes de oxigênio sendo encaminhados pelo governo federal. Agora, eu te pergunto: o governo local não estava vendo isso? Não viu que estava acabando (o oxigênio)? Eu te falo isso, porque participei da gestão da pandemia no DF. Ali, no gabinete do governador. Não era minha pasta, não era minha área, mas eu via o que acontecia.

O que era feito no DF?

Aqui, a gente correu na frente o tempo todo, na medida do possível, vacina, teste, tudo a gente correu na frente. Agora mesmo antes de sair, esse anestésico usado na intubação, o governo comprou para seis meses. Quando visualizou que ia acabar, o DF comprou. Agora, o governo federal é que tem que sair daqui, ir lá para Manaus, saber que está acabando? Não temos como culpar, mas eu não estava no governo naquela época.

Que críticas o senhor tem em relação à CPI?

Para mim, o momento é inoportuno. Estamos num momento de trabalhar no combate à pandemia. E as minhas dúvidas são exatamente o que vamos investigar. Vou esperar um pouco mais, acho que é muito cedo para opinar. A CPI acabou de começar, vamos ver os depoimentos, o que vai acontecer para a gente ter um panorama mais exato. Nesse momento, é aguardar.

 

Leia a íntegra da entrevista na edição de amanhã do Correio Braziliense. 

 

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