Convidado para depor na comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, o ministro Ricardo Salles decidiu atacar para se defender das críticas recorrentes à sua gestão. Salles admitiu que a redução no Orçamento 2021 — um corte de R$ 240 milhões — fragiliza as ações ambientais, mas disse que o desmonte da política ambiental antecede o governo Bolsonaro.
Ele mostrou a evolução do orçamento do Ministério do Meio Ambiente nos últimos 11 anos. De acordo com Salles, o MMA tinha R$ 14 bilhões em caixa em 2013. O montante caiu para R$ 9 bilhões em 2014 e depois para R$ 4,5 bilhões em 2015. Neste ano, o ministério tem R$ 2,9 bilhões disponíveis. “Quem reduziu o orçamento do Meio Ambiente em um terço foi o governo do PT”, disse o ministro.
Salles discutiu com parlamentares da oposição. O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) criticou o ministro sobre a Amazônia. “Gostaria de repudiar seu argumento de que o aumento do desmatamento está ligado a uma situação de pobreza. Parte dos acusados na Operação Handroanthus não são nem moradores da Amazônia, moram em Santa Catarina”, disse. Salles bateu boca, ainda, com o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) . “Tome vergonha na sua cara”, disse Agostinho. “Ambientalista de palanque”, retrucou Salles.
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