O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi extubado após passar por procedimento médico que estancou um sangramento no estômago, reflexo de um câncer maligno na cárdia (a transição entre o fígado e o esôfago) que o político trata há quase dois anos. Ele segue em observação por conta da lesão e está internado em leito de unidade de terapia intensiva (UTI) no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Covas deu entrada na unidade de saúde no domingo, inicialmente para realizar exames de sangue, de imagem e endoscópico, com o objetivo de prosseguir com o tratamento quimioterápico e imunoterápico contra o câncer. Mas com a constatação do sangramento, a equipe médica decidiu sedá-lo no mesmo dia para tratar a hemorragia e evitar um problema mais grave à saúde do prefeito. O tubo foi retirado ontem à tarde.
“A endoscopia demonstrou sangramento no local do tumor inicial, que está sendo controlado com medidas de hemostasia local. O prefeito Bruno Covas foi encaminhado para unidade de terapia intensiva submetendo-se a intubação oro-traqueal e recebendo medidas adequadas de suporte clínico”, diz o boletim médico mais recente sobre a situação do prefeito licenciado.
Covas descobriu o câncer em outubro de 2019. À época, ele fazia exames para investigar o surgimento de uma trombose, mas os procedimentos apontaram a existência de três tumores — um no fígado, um na cárdia e outro nos gânglios linfáticos. Os médicos atacaram a doença com os tratamentos de imunoterapia e quimioterapia, e dois dos três ferimentos chegaram a desaparecer.
Em fevereiro deste ano, a equipe médica de Covas identificou um novo tumor no fígado, e o prefeito retornou à quimioterapia. Entretanto, ao longo dessa nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para outros pontos do fígado e alguns ossos do político. Foi constatado que o prefeito tem cinco tumores no fígado, um na estrutura da bacia e outro na coluna vertebral.
Licença de 30 dias
As novas complicações decorrentes do câncer fizeram com que Covas pedisse, à Câmara Municipal de São Paulo, o licenciamento da prefeitura de São Paulo por 30 dias para se dedicar ao tratamento.
Os vereadores ainda não analisaram o pedido, mas o vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já assumiu o Executivo paulistano no lugar de Covas. Ontem à tarde, durante inauguração de leitos de UTI na capital paulista a partir de doações de instituições privadas, Nunes afirmou que os trabalhos na prefeitura não sofrerão alterações.
“Orientação que Bruno Covas nos deu é para que a prefeitura continuasse no mesmo ritmo de trabalho: que sejam feitas as entregas, as inaugurações, os projetos em andamento e que não fosse recuado em absolutamente nada. É isso que nós estamos seguindo”, garantiu o prefeito em exercício.
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