O ex-ministro da Saúde Nelson Teich afirmou, nesta quarta-feira (5/5), durante depoimento à CPI da Covid do Senado, que o Brasil poderia ter mais vacinas à disposição se tivesse aceitado os riscos, formalizando as compras ainda na fase de estudos dos imunizantes contra o novo coronavírus.
"Quem chega depois, vai para o final da fila", disse o oncologista, segundo o qual levaram a melhor, com altos estoques de doses, os países que tinham mais dinheiro e capacidade de assumir esse risco, adquirindo vacinas que talvez não se apresentassem úteis no futuro.
O ex-ministro disse que, durante a sua gestão, de apenas 29 dias, negociou com os laboratórios Moderna e Johnson e com a Universidade de Oxford a possibilidade de compras de imunizantes ainda na fase de estudos.
Teich também considerou que a estratégia brasileira foi equivocada, sobretudo em razão da defesa do uso de remédios sem eficácia científica comprovada para o tratamento da covid-19, como a hidroxicloroquina. "Numa estratégia onde a gente tivesse foco na vacina, a gente teria provavelmente um acesso maior e uma vacinação mais precoce", declarou o ex-ministro.
Imunidade de rebanho
Na sua opinião, o Brasil desistiu de adquirir as vacinas de forma antecipada e acabou prejudicado na distribuição das doses pelos fabricantes. Segundo ele, a vacinação é a única forma de se adquirir a imunidade da população.
"A tese de imunidade de rebanho, na qual você adquire a imunidade pelo contato e não pela vacina, é um erro", afirmou o ex-ministro.
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