LIBERDADE

Após indulto russo, Bolsonaro recepciona Robson no aeroporto do Galeão, no Rio

O ex-motorista do jogador brasileiro Fernando, Robson de Oliveira, foi preso em 2019 na Rússia ao desembarcar no país com remédios proibidos, que eram para o sogro do atleta

Ingrid Soares
postado em 05/05/2021 20:18 / atualizado em 05/05/2021 20:53
 (crédito: Reprodução / Redes Sociais)
(crédito: Reprodução / Redes Sociais)

O presidente Jair Bolsonaro recebeu, na noite desta quarta-feira (5/5), no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, Robson de Oliveira, preso em 2019 na Rússia ao desembarcar no país com remédios proibidos. À época Robson trabalhava como motorista do jogador de futebol brasileiro Fernando. A medicação era para o sogro do atleta.

No local, Bolsonaro e Robson se cumprimentaram com um abraço e tiraram fotos. O encontro ocorreu após reunião do mandatário com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. O mandatário ainda acompanhou o reencontro de Robson com a mãe, Vanda do Nascimento Oliveira, 74 anos e com o filho, Robson Júnior. A imagem foi postada pelo presidente nas redes sociais.

Segundo o presidente, Robson será empregado como motorista do deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ), que também esteve no local.

"Ele já está empregado, vai trabalhar com meu irmão Helio, vai ser motorista dele quando estiver aqui no Rio de Janeiro. É o que eu posso fazer por ele e acho que qualquer um faria no meu lugar, para ele poder começar a se reintegrar à nossa sociedade", anunciou.

Bolsonaro relatou também que soube do caso por meio do jogador Felipe Melo, do Palmeiras e que o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) entregou uma carta do governo brasileiro à Rússia.

"Tudo em segredo, sigilo, para não atrapalhar a liberdade de um homem que era, para nós, inocente", completou.

Mais cedo, o chefe do Executivo, ressaltou que a liberdade de Robson é uma prova de que o Brasil tem bom relacionamento internacional.

"Uma prova de que o governo se comunica e é bem relacionado com o mundo todo? Que está voltando para o Brasil o motorista Robson de Oliveira. A pena para ele seria na casa de 20 anos de prisão. Entramos em campo, conversamos com o governo russo, com o embaixador. Tive uma videoconferência com o presidente Vladimir Putin, o qual eu agradeço pelo seu ato de grandiosidade assinado no ultimo dia 5, dia da Páscoa Ortodoxa. Ele concedeu indulto a esse desconhecido, a esse pobre negro motorista", apontou em evento no Palácio do Planalto.

Boas relações

O mandatário relatou, ainda, que a vinda do motorista para o Brasil foi possível graças ao esforço do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e do atual comandante da pasta, Carlos França. "Fruto de um trabalho de comunicações e um bom relacionamento que começou com Ernesto Araújo, que hoje não é mais nosso ministro, e teve prosseguimento com o França. Tenho um compromisso hoje no Rio com o governador do estado. Vou atrasar um pouco a minha viagem para dar um abraço nele (motorista) no Galeão. Fruto de comunicações, de liberdade de expressão da nossa parte, de respeito ao ser humano, de uma boa política externa", declarou Bolsonaro.

Em março do ano passado, Robson havia sido contratado pelo jogador de futebol Fernando, que à época atuava no Spartak, de Moscou. Antes de o motorista embarcar para a Rússia, a família do atleta encomendou duas caixas de Mytedon para o sogro de Fernando. O remédio contém cloridrato de metadona, substância que é legal no Brasil, mas proibida na Rússia e considerada droga.

As duas caixas do medicamento foram colocadas em uma bagagem que Robson levaria para a família de Fernando. O motorista acreditava que a mala continha apenas roupas e mantimentos e não sabia que estava carregando o remédio. Quando chegou a Moscou, Robson foi detido no aeroporto da capital russa e, depois de 30 dias, acabou preso, acusado de ser o responsável pelas caixas de Mytedon.

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