Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 08/05/2021 22:23
 (crédito: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
(crédito: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

O “spoiler” da CPI

Ainda que o depoimento de Eduardo Pazuello seja incerto, com apostas de que ele pode optar por ficar calado, o G-7 da CPI da Covid considera que as audiências da primeira semana já dão uma ideia da imagem que vai se formar quando todas as peças estiverem montadas. Alguns senadores garantem que, nesses primeiros dias de elaboração do quebra-cabeças de responsabilidades pela situação a que o país chegou, o desenho sugere Jair Bolsonaro como o responsável final pela política de saúde. O presidente, aliás, nunca negou seu papel na pandemia — ou seja, a defesa do chamado “tratamento precoce” e a economia funcionando, com isolamento social apenas de idosos e pessoas com comorbidades.

Para a oposição e alguns senadores independentes, foi crime. Para os governistas, Bolsonaro apenas exerceu o papel que lhe cabia, ao demonstrar preocupação com a economia. O peso de uma ou outra posição vai depender do desenrolar dos próximos capítulos.

A depender do que for apurado em relação à notícia da revista Crusoé, de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi acionada para auxiliar na busca de informações sobre governadores, a narrativa da oposição poderá ganhar mais peso. E até dar espaço a uma nova CPI.

 

PSD “pesca” no DEM para 2022
Depois de atrair o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o sonho do PSD de Gilberto Kassab é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como aposta para a Presidência da República. Aliás, o presidente do PSD sempre diz que terá candidato ao Palácio do Planalto.


Por que Pacheco?
É de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país. Surpreendeu derrotando Dilma Rousseff para o Senado na última eleição e muitos empresários consideram que ele pode repetir a dose derrotando Lula ou Bolsonaro, e passando ao segundo turno. É visto entre muitos senadores como alguém equilibrado e independente do governo e do PT.


Um périplo para embaralhar a terceira via
Políticos viram no périplo de Lula por Brasília uma forma de tentar atrair apoios, mas, também, de tentar embaralhar as cartas para evitar a formação de uma terceira via. Um dos poucos com quem Lula queria conversar, e não conseguiu, foi Rodrigo Pacheco. Coincidência ou não, teve problemas de agenda para receber o petista.


Quem foi ao vento…
… perdeu o assento. Com Davi Alcolumbre (DEM-AP) cuidando da própria vida em Macapá, Bolsonaro resolveu, finalmente, colocar a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, mais nas articulações com o Senado. Equilibrada e paciente, ela terá a missão de tentar acalmar os ânimos depois da goleada que o governo levou nesse começo de jogo na CPI.

 

Curtidas

Marília quase rifada/ Em Pernambuco, é bom a deputada Marília Arraes (PT-PE) se preparar, porque as conversas caminham para uma parceria em torno da candidatura do ex-prefeito de Recife, Geraldo Júlio, ou do secretário estadual de Fazenda, Décio Padilha da Cruz.

Joga lá, acerta cá/ O gesto de aproximação com o PSB pernambucano, estado onde o partido é forte, é para evitar que, em São Paulo, Márcio França (foto) faça uma coligação mais ao centro com o grupo de outro Geraldo, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin — que já deflagrou conversas para disputar o governo estadual, seja no PSDB ou fora dele.

Quem pode, pode/ Brasileiros que têm recursos sobrando nesse período de dólar alto partiram para os Estados Unidos em busca da vacina contra a covid e, de quebra, umas férias em Miami e Nova York.

Dia das Mães/ A coluna deixa aqui um abraço a todas as mães e aos filhos e filhas que se desdobram em criatividade para homenageá-las nesses tempos de pandemia. Feliz Dia das Mães.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação