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Izalci: FHC não fala pelo PSDB

Senador considera que, no almoço do ex-presidente com Lula, quem ganhou foi o petista, pois ficou a impressão de que os tucanos marcham para apoiar o PT. Ele garante que haverá prévias para saber quem representará o partido à Presidência em 2022

Pedro Ícaro*
postado em 24/05/2021 23:24 / atualizado em 24/05/2021 23:33
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press                 )
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press )

Quase duas semanas depois, o encontro entre os ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva continua repercutindo negativamente dentro do PSDB. Para o senador Izalci Lucas (DF), quem saiu ganhando com o episódio foi apenas o petista. A conversa entre eles, afirma, não representa que os dois partidos, há tempos antagônicos nas corridas presidenciais, vão marchar juntos na eleição presidencial, em 2022. Em entrevista, ontem, ao CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, o parlamentar salientou que FHC continua sendo uma referência dentro das hostes tucanas, mas não fala pelo partido.

“Foi uma sinalização muito ruim e acho que só quem ganhou com isso foi o Lula. Essa não é a posição do PSDB, que ainda vai discutir sobre o seu candidato. Foi um encontro social, entre representantes das forças democráticas. O Nelson Jobim (que foi ministro dos dois ex-presidentes) convidou, mas FHC não fala em nome do PSDB sobre essa aliança”, garantiu.

Segundo Izalci, o contato entre eles é saudável e importante num momento em que forças obscurantistas tentam avançar no país, estimuladas pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas é preciso entender, conforme disse, o papel do ex-presidente na engrenagem partidária.

“Não pode é conversar em nome do partido, porque o foco que deram na matéria foi como se ele estivesse lá falando em nome do PSDB. Até porque estamos discutindo as prévias (para a escolha de um candidato para a corridas presidencial)”, observou. Izalci assegura que as prévias serão este ano, com a possibilidade de acontecer em novembro — considerando-se a estimativa de que, até outubro, 70,80% da população devem estar vacinada. Isso, apesar de o governador de São Paulo, João Doria, vir trabalhando para que o processo interno de escolha de candidatura seja um pouco antes.

Atuação equivocada

Embora não seja integrante da CPI da Covid, Izalci tem feito questão de participar sobretudo para reunir informações sobre a atuação do governo de Ibaneis Rocha nesta pandemia. Para ele, o governo do Distrito Federal (GDF) tem errado na condução de algumas medidas que, para o senador, seriam importantes para a contenção da proliferação do novo coronavírus — ainda mais agora que uma nova cepa, vinda da Índia, já está em solo brasileiro.

“Ouvindo todos os ministros (da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello), a gente pôde perceber claramente alguns equívocos. Podemos evitar, agora, uma terceira onda com a cepa da Índia, que chegou ao Maranhão. A gente teve a experiência de Manaus e o DF, inclusive, recebeu pacientes que vieram de Manaus. O GDF deveria tomar providências preventivas no sentido de ter uma triagem nos aeroportos e nas estradas. Brasília recebe muita gente de fora, então acho que, preventivamente, o GDF já deveria fazer isso”, cobrou, acrescentando que não se justifica o fato de o DF não ser um dos primeiros em vacinação.

“O primeiro é o Mato Grosso do Sul, depois Rio Grande do Sul e Minas. Brasília está em nono lugar com relação a segunda dose. Falta competência e planejamento. Tem muita gente que tomou a primeira dose e não tomou a segunda. Tinham que fazer uma campanha falando da importância da vacina e onde tem, como ter acesso”.


* Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi

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