CPI da Covid

Pazuello alega que assessores estão com covid e não irá à CPI nesta quarta

Apontado como principal testemunha da omissão do governo na pandemia, militar cria estratégias para evitar danos ao Executivo

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello avisou que não vai comparecer presencialmente à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a covid-19 no Senado Federal nesta quarta-feira (5/5). O depoimento está agendado para começar às 10h de amanhã. O general do Exército alega que dois assessores receberam diagnóstico positivo para o novo coronavírus. 

O ex-ministro deve tentar autorização para depor a distância, on-line, ou adiar em uma ou duas semanas sua oitiva. Os senadores avaliam quais os prejuízos para o andamento dos trabalhos de investigação com a ausência presencial de Pazuello. A avaliação é de que pela internet ele pode ser orientado quanto às perguntas realizadas pelos parlamentares. "Ele esteve com pessoas (infectadas com a doença) e, agora, vamos aguardar", afirmou o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, ao Correio.

Nos bastidores, fontes ligadas ao Executivo afirmam que a orientação para faltar ao depoimento presencial partiu do Palácio do Planalto. O governo está preocupado com o teor das declarações do militar, que vem recebendo orientação de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro para enfrentar a sessão. A estratégia seria ganhar tempo para avaliar e rebater os depoimentos dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que depõe nesta terça-feira. 

A gestão de Pazuello ocorreu no auge da crise da covid-19, com registro de estoques zerados de oxigênio em Manaus, aumento potencial de mortes e de infectados pela covid-19 e atraso na compra de vacinas. Senadores avaliam manter o depoimento, pela internet, e convocar Pazuello posteriormente, de maneira presencial, para esclarecer eventuais dúvidas.

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