CPI da Covid

CPI recebe informações sobre tentativa de Pazuello de adiar depoimento

General do Exército estaria temendo ser preso por seguir determinações do presidente Jair Bolsonaro para propagandear remédios sem eficácia e atrasar compra da vacina contra o novo coronavírus

Senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 receberam a informação de que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello vai tentar adiar seu depoimento ao colegiado. A oitiva do general do Exército está prevista para ocorrer no próximo dia 19, após ser adiada por alegações de que o militar teve contato com assessores infectados pelo novo coronavírus.

De acordo com parlamentares, a tentativa agora gira em torno de uma investigação aberta contra ele pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. A estratégia seria conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar o depoimento como testemunha. Nestas situações, o depoente se compromete a falar a verdade, e caso minta, pode responder por crime.

O senador Randolfe Rodrigues vice-presidente da CPI, disse, ao Correio, que se trata de um "artifício jurídico" para obter o adiamento ou a mudança na condição de testemunha. "Pazzuello pode querer usar um artifício jurídico para driblar a CPI, dizendo que hoje ele é investigado num Inquérito Criminal deflagrado pelo Aras e que, nessa condição, não pode prestar compromisso de dizer a verdade, para não produzir prova contra si ou ainda tentar um habeas corpus no STF para não comparecer", afirma Randolfe.

Interlocutores ligados a investigação afirmam que Pazuello teme ser preso, por eventualmente ter cometido crime ao obedecer as determinações do presidente Jair Bolsonaro para propagandear o uso de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia contra a covid-19, além de ter retardado a compra de vacinas contra a doença.

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