SENADO FEDERAL

CPI da Covid é marcada por 'guerra' de plaquinhas sobre a pandemia

Com os números da pandemia, a marca é instalada nas mesas dos senadores

O dia da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid foi marcado por uma “guerra de plaquinhas”. Com os números da pandemia, a marca é instalada nas mesas dos senadores.

Do lado dos governistas, os números de vidas salvas. Da oposição, as plaquinhas mostram a quantidade de vidas perdidas pela pandemia de covid-19.

O artifício foi inaugurado pelo relator da comissão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O senador é crítico do governo Bolsonaro.

Para responder o relator, os apoiadores do chefe do Executivo começaram a utilizar as plaquinhas também.

Na sessão realizada nesta quinta-feira (27/5), o vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AL), colocou uma plaquinha onde, em vez do nome do parlamentar, exibia o número de vítimas desde o início da pandemia do coronavírus: 454.623 mortos.

Seguindo a mesma idéia, Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS), apoiador do presidente Jair Bolsonaro e grande defensor da hidroxicloroquina, utilizou uma plaquinha que mostra o número de "vidas salvas” em referência aos brasileiros que se recuperaram da COVID-19: 14,7 milhões de pessoas.

Na tarde desta quinta-feira (27/5), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, depôs na comissão. Ele afirmou que o instituto ofereceu ao governo federal 60 milhões de doses de vacina contra covid-19 a serem entregues a partir de dezembro do ano passado.

De acordo com Covas, o Butantan fez três ofertas no ano passado, sendo a primeira delas no dia 30 de julho, mas o contrato só foi assinado em janeiro deste ano, em meio a pressões políticas.

Segundo Dimas Covas, havia em solo brasileiro, em dezembro, 5,5 milhões de doses prontas e 4 milhões em produção.

“As idas e vindas vieram dificultando o cronograma. Poderia chegar a 100 milhões em maio. Como não teve definições, o cronograma foi para setembro, porque nesse momento a demanda mundial de vacina era grande e continua até hoje. A dificuldade para trazer vacina é imensa. Agora não é recurso, é disponibilidade de vacina”, afirmou.

 



* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.