LEGISLATIVO

Relator pede cassação de Flordelis

Correio Braziliense
postado em 01/06/2021 23:14
 (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
(crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do processo da deputada Flordelis (PSD-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, pediu ontem a cassação do mandato da parlamentar. Agora, é preciso que o colegiado vote o parecer, o que deve acontecer na próxima semana. Se acompanhar o relator, o processo vai ao plenário da Câmara, instância na qual é decidido se ela perde a cadeira de deputada federal. Mas Flordelis tem a possibilidade de recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, presidida pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).


A parlamentar responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada, acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ter sido a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Flordelis não pode ser presa por causa da imunidade parlamentar, mas desde setembro é monitorada por tornozeleira eletrônica.


A deputada nega ter mandado matar Anderson e, no Conselho, a representação contra ela foi apresentada em agosto do ano passado pelo deputado Leo Motta (PSL-MG). A medida foi tomada depois que Flordelis e os filhos dela tornaram-se réus no processo que apura o assassinato do marido. O processo, porém, foi instaurado somente em fevereiro passado, pois o colegiado não funcionou em 2020 por causa da pandemia.

Conduta

De acordo com Alexandre Leite, “as provas coletadas tanto por esse colegiado, quanto no curso do processo criminal, são aptas a demonstrar que a representada tem um modo de vida inclinado para a prática de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo”, observa no parecer que elaborou. Ele desconsiderou o pedido da defesa de Flordelis para que o Conselho aguardasse o trânsito em julgado da ação penal na Justiça para, só então, tomar uma decisão.


Alexandre Leite ainda salientou que as provas conseguidas em mensagens coletadas, depois da quebra de sigilo telefônico e depoimentos dados ao Conselho e à polícia, deixam claro que a deputada teve participação ativa no planejamento da morte de Anderson. “Além disso, os elementos colhidos indicam que a representada, a depender do conjunto de fatos que possa relacioná-la diretamente com os fatos imputados pelo Ministério Público, adota a estratégia de transferir a sua responsabilidade para três de seus filhos”, salientou ao relatório.


Abalada com a decisão do conselho, Flordelis, mais uma vez, negou participação no crime. “Minha inocência será provada pelos meus advogados e vocês terão provas suficientes da minha inocência. Não cometi nenhum ato criminoso, não mandei matar meu marido, que era a pessoa mais importante da minha vida”, garantiu a deputada.

 

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