Brasília-DF

por Denise Rothenburg
postado em 06/06/2021 00:45 / atualizado em 06/06/2021 00:47
 (crédito: Maure)
(crédito: Maure)

A política se reorganiza rumo a 2022

Esqueça a atual configuração partidária, que há décadas mandava em São Paulo e em outros grandes centros. As últimas movimentações dos principais atores políticos, especialmente no estado mais populoso do país, indicam um racha sem precedentes. Os tucanos vão se dividir entre o governador João Doria e o ex-governador Geraldo Alckmin. O DEM, por sua vez, vai rachar em três: um grupo ficará com Rodrigo Garcia, outro com Alckmin e ainda tem um terceiro segmento partidário, no caso o deputado Kim Kataguiri, que apoiará a candidatura de Arthur do Val (Patriota) em qualquer hipótese, independentemente de partido.

No plano nacional, aliás, o DEM tem hoje duas frentes: ou a neutralidade ou a candidatura do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Sinal de que os bolsonaristas do partido ainda não têm poder de levar a legenda para Bolsonaro.


Segundo round

O fato de o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter citado o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, como o autor do pedido para reunião com madeireiros e parlamentares é visto no governo como mais um novo capítulo das diferenças entre os dois auxiliares do presidente Jair Bolsonaro.


Melhor pensar duas vezes

No entorno de Bolsonaro, há quem diga que o presidente, se tiver que escolher entre Ramos e Salles,
joga suas fichas no militar.


Lista tríplice só em 2022

Entre os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é expressivo o número daqueles que defendem sessões presenciais só no ano que vem. É que há muitos servidores jovens e muitos ministros aproveitando o home office em seus estados de origem. Assim, a tendência é adiar para 2022 a escolha da lista para preencher as duas vagas.


CURTIDAS

#ficaadica/ “Em nome da doutrina Geisel-Golbery, que permitiu a volta pacífica aos quartéis depois do ciclo revolucionário de 1964/1985, o melhor é que (Eduardo) Pazuello passe para a reserva, a fim de perseguir livremente suas legítimas aspirações políticas”. Do professor e cientista político Paulo Kramer, profundo conhecedor do meio militar.

Um pouco de história/ O general Ernesto Geisel (foto), que governou o Brasil de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979, e Golbery do Couto Silva, também general e ministro da Casa Civil, eram defensores da profissionalização das Forças Armadas.

É coisa antiga/ Vale lembrar que Golbery muitas vezes foi chamado de “comunista” pela turma da linha dura. Qualquer semelhança com o tratamento que muitos recebem hoje talvez não seja mera coincidência.

Mais mineiro que os mineiros/ Por enquanto, o ex-governador Geraldo Alckmin mantém-se discreto em relação aos movimentos rumo a 2022. Quem tenta saber de bate-pronto o que ele fará, a resposta, invariavelmente, é: “não estou falando de política”.

Tá vendo aí?/ Com dois pré-candidatos a presidente, João Amoedo e Tiago Mitraud, o partido Novo já vem sendo tratado nos bastidores como um novo PSDB, onde os projetos pessoais se sobrepõem ao projeto partidário. Apesar de ser uma agremiação pequena, não consegue se unir nem para lançar um candidato a presidente — imagine, então, administrar um país.

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