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"A reunião de sete partidos rompeu o imobilismo das legendas que ainda não têm candidaturas definidas à Presidência. A iniciativa foi do DEM, partido engajado no governo"

por Luiz Carlos Azedo
postado em 17/06/2021 00:09 / atualizado em 17/06/2021 00:09
 (crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
(crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

A busca de uma alternativa de centro para as eleições de 2022 reuniu, ontem, representantes de sete partidos, dando início às articulações para construção de uma candidatura robusta de centro. O perfil da reunião revela contradições que dificultam a convergência entre as forças de centro-esquerda e centro-direita do país, que terão de fazer concessões recíprocas. O compromisso firmado entre as siglas foi enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro foi articulado pelo ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, que pleiteia a vaga de candidato do DEM.

Participaram da reunião ACM Neto (DEM), Mendonça Filho (DEM), Renata Abreu (Podemos), Bruno Araújo (PSDB), José Luiz Penna (PV), Aureo Ribeiro (Solidariedade), Roberto Freire (Cidadania) e Herculano Passos (MDB). Segundo o presidente do Cidadania, o ex-deputado Roberto Freire, não houve discussão de nomes. O presidente do PSDB, deputado Bruno Araujo (PE), disse que o grupo busca construir nomes viáveis para uma terceira via, supostamente desejada por 58% dos eleitores, segundo pesquisas.

A reunião rompeu o imobilismo dos partidos políticos que ainda não têm candidaturas definidas à Presidência. A iniciativa, para surpresa geral, foi do DEM, um partido muito engajado no governo federal, no qual se destaca a ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina (MS). A presença de ACM Neto e Mendonça Filho no encontro, ao lado de Mandetta, não somente prestigia a pré-candidatura de Mandetta, como sinaliza o possível desembarque da candidatura de Jair Bolsonaro. O presidente do PV, José Luiz Penna, é um dos principais articuladores da candidatura do ex-ministro.

A presença da deputada Renata Abreu na reunião foi muito importante. A legenda, hoje, é uma potência no Senado, com uma bancada de nove senadores. Renata apostou na candidatura do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que optou pela carreira de consultor de risco na área jurídica. Com isso, ficou sem candidato para chamar de seu, embora ainda possa lançar o senador Álvaro Dias, que já concorreu à Presidência na eleição passada. Situação muito semelhante é a do Cidadania, que apostava na candidatura de Luciano Huck, que desistiu do projeto eleitoral e será o substituto de Fausto Silva nas tardes de domingo da TV Globo.

Grandes ausentes

O PSDB é grande interessado nessa articulação, mas não poderá oferecer nenhuma alternativa antes das prévias da legenda, marcadas para novembro, nas quais o governador de São Paulo, João Doria, é confrontado pelo governador do Rio do Grande do Sul, Eduardo Leite; pelo senador Tasso Jereissati (CE); e pelo ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Enquanto não escolher seu candidato, o PSDB terá um papel secundário na articulação, mas é grande interessado em que as negociações prossigam.

Duas legendas mandaram representantes à reunião, o que sinaliza uma postura de observador. O presidente do MDB, o deputado Baleia Rossi (PSDB), não foi ao encontro, mas deu declarações apoiando a articulação. Anunciou que a legenda pretende apresentar um nome próprio como alternativa. O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), também mandou representante. Conversa, ainda, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o candidato do PDT, Ciro Gomes, legendas com tradição no movimento sindical.

Grandes ausências da reunião foram o PDT e Ciro Gomes; e o PSB, que está dividido entre o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a uma candidatura de centro. A ausência do PSD também foi significativa. Seu presidente, o ex-prefeito Gilberto Kassab, tem a intenção de lançar um candidato próprio. A legenda havia cortejado o apresentador Luciano Huck, mas agora busca atrair o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para ser candidato ao Planalto. Uma opção prata da casa é Otto Alencar (BA), que vem se destacando na CPI da Covid.

 

 

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