MEIO AMBIENTE

Destruição de floresta cresce 312% em maio

*Gabriela Bernardes *Gabriela Chabalgoity
postado em 17/06/2021 00:18

O índice de desmatamento do mês de maio, divulgado pelo Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter) — ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que fiscaliza ações de desmatamento —, registrou um aumento de 312% em relação ao mesmo período do ano passado. As florestas protegidas, que são fiscalizadas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), tiveram 11.296 hectares desmatados, número bem superior ao registrado em maio de 2020, quando 2.741 hectares matas que deveriam estar a salvo da predaçãose perderam.
Segundo o Boletim do Desmatamento, divulgado ontem pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), maio apresentou o maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos. Houve, ainda, recorde de desflorestamento pelo terceiro mês consecutivo. “Tudo isso é fruto do corte de orçamento e da ingerência política sobre a fiscalização ambiental”, afirmou André Lima, coordenador do Instituto Democracia e Sustentabilidade.


De acordo com o especialista, o aumento progressivo do desmatamento intensifica a crise hídrica e afeta a imagem do país no exterior: “Há uma questão climática, ecológica e energética, além de estarmos no meio de uma crise econômica, com um aumento nas contas de energia e água que afetam toda a economia. Como se isso não bastasse, acaba prejudicando a imagem do Brasil como exportador de commodities e ilustra o controle do desmatamento na Amazônia”, lamentou.


Na último dia 11, o governo federal autorizou uma nova operação militar na Amazônia contra o desmatamento e a grilagem, que focará em áreas onde ocorrem os mais altos índices de queimadas da região. André Lima afirma que não há efetividade nessas ações.


Para Jaqueline Ferreira, gerente de Projetos e Produtos do Instituto Escolhas, “têm os efeitos locais, como deslocamento de populações, perda de alimentos para populações ribeirinhas, aumento da pobreza, aumento da violência, são múltiplos efeitos negativos”. O ICMBio não se manifestou até o fechamento desta edição.

*Estagiárias sob a supervisão de Fabio Grecchi

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