Na disputa pelos evangélicos, Bolsonaro leva a melhor
A presença dos deputados Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ), Marco Feliciano (Republicanos-SP) e do pastor Silas Malafaia na viagem de Jair Bolsonaro a Marabá (PA) tem relação direta com o apoio do segmento à reeleição do presidente em 2022 e, de quebra, a indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para o lugar de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). Mendonça, aliás, acompanhou a viagem ao Pará, onde a comitiva evangélica e o presidente participaram da solenidade de 110 anos da Assembleia de Deus.
Coincidência ou não, o evento acontece um dia depois de o bispo Manoel Ferreira, da Assembleia de Deus, se encontrar com o ex-presidente Lula. “O PT já era. Não tem penetração. Manoel Ferreira teve um encontro pessoal, que, com certeza, trará desgaste para ele na congregação. Bolsonaro é visto pela congregação como se fizesse parte dela. Ele fala diretamente com os fiéis conservadores, e ninguém tira isso dele”, diz Sóstenes.
Sem saída
A avaliação daqueles que acompanharam o presidente a Marabá é de que a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) seguirá apoiando Bolsonaro em 2002, mesmo que o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella não seja aceito como embaixador brasileiro na África do Sul. “Edir Macedo não terá outro caminho, porque a congregação vai querer Bolsonaro”, prevê Sóstenes.
Tic-tac-tic-tac
Até aqui, as autoridades sul-africanas não responderam ao pedido de “agrément” para Crivella assumir a Embaixada em Pretória. E, para completar os problemas da Universal, a crise em Angola se alastra para a África do Sul.
Três vertentes
Com mais um mês de funcionamento pela frente, a CPI da Covid vai para cima do governo em três caminhos: a demora na compra de vacinas, a busca da imunização de rebanho, com alto número de mortes, e a aposta em remédios que geraram lucros para alguns empresários.
E o “ex-Ernesto”, hein?
O ex-chanceler Ernesto Araújo está em contagem regressiva para a remoção da mulher, a diplomata Maria Eduarda de Seixas Corrêa, para um posto no exterior — de preferência Washington —, a fim de ficar longe da confusão da CPI. Agora que passou a ser investigado, se tiver que responder judicialmente sobre a tragédia da covid-19 no Brasil, pretende fazê-lo por carta rogatória, algo que demora décadas.
Colou nele/ O presidente do DEM, ACM Neto, tem se mantido próximo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG, foto). Sabe como é: se Pacheco quiser mesmo ser candidato a presidente da República, que seja pelo partido, que já perdeu muitos quadros nesta temporada pré-eleitoral — e não quer perder mais. Gilberto Kassab espera a filiação do senador ao PSD.
Cercadinho vira “muro das lamentações”/ Pequenos empresários do setor de transporte de passageiros protestaram, em Brasília, esta semana, contra o Projeto de Lei 3.819/2020, que tramita na Câmara em regime de urgência e, segundo os fretadores, pode levar milhares de empresas à falência, ao mesmo tempo em que beneficia as grandes empresas de ônibus.
Vão fazer barulho/ Os manifestantes consideram que suas firmas serão excluídas do ramo, uma vez que o texto exige frota própria e capital social mínimo de R$ 2 milhões.
Pior do que o esperado/ Em março deste ano, o cientista Miguel Nicolelis disse, com todas as letras, que, em julho, o Brasil chegaria a 500 mil mortes por covid-19. A manter os números trágicos, acima de duas mil mortes diárias e o total de 498.499 mortos, chegaremos a esse horror neste fim de semana. Que Deus nos proteja.
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