Agência Estado
postado em 20/06/2021 14:05
Sem a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, iniciou neste domingo, 20, a vacinação em massa contra a covid-19 na Ilha de Paquetá, bairro do Rio de Janeiro eleito pela Fiocruz para um teste visando estudos sobre contaminação após a imunização. O ministro se negou a responder perguntas ligadas à CPI da Covid, onde passou a ser investigado, e sobre a demora da vacinação no Brasil.
"Eu sou um agente sanitário e não me preocupo com essas questões políticas. Eu tenho um foco, que é vacinar a população brasileira", disse Queiroga acompanhado da Maria Gotinha, um dos símbolos da campanha de vacinação.
"O povo julga", limitou-se a responder Queiroga, ao ser perguntado sobre os protestos de sábado contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor da vacina.
Segundo Queiroga, ele comprou 630 milhões de doses da vacina e até o final deste ano pretende vacinar todos os brasileiros adultos.
Ao ser perguntado se não teria sido importante ter começado o processo de vacinação mais cedo, o ministro não negou nem confirmou. "Seria importante fazer o que estamos fazendo, as vacinas estão aí, o povo brasileiro reconhece que estamos trabalhando juntos para superar a pandemia", afirmou.
Queiroga aplicou as primeiras doses da vacina em moradores de Paquetá, que no dia 22 de agosto receberão a segunda dose e em setembro realizarão um evento teste para saber os efeitos de aglomerações em regiões onde toda a comunidade está vacinada.
Em um primeiro momento, o prefeito Eduardo Paes havia anunciado a realização de um carnaval na ilha para testar a vacina, o que foi rechaçado pelos moradores, que temem o aumento da presença de pessoas de fora, e por avaliarem que não há motivo para comemoração de uma festa como o Carnaval em meio a mais de 500 mil mortos.
De acordo com o presidente da Associação dos Moradores de Paquetá, Guto Pires, a tendência é de que o evento teste, que será feito em um parque fechado da Ilha, seja um show.
"A Fiocruz vai fazer o estudo com um público controlado, de 500/600 pessoas, porque depois é preciso fazer vários testes. O anúncio do Carnaval foi um momento ruim do prefeito (Paes) e ele mesmo não está mais falando disso", afirmou Pires.
Moradora da ilha há sete anos, Cinthia Lamas, integrante do tradicional bloco Volta, Alice, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, apesar de amar Carnaval, também descartou a possibilidade de haver uma comemoração fora de época, como anunciado por Paes.
"Quando tem Carnaval aqui cada barca chega com mil pessoas e não há estrutura para evitar que as pessoas entrem na ilha. Além disso, não é momento para se comemorar nada com 500 mil mortes", afirmou.
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