Pandemia

CPI vai ouvir servidor que relatou "pressões anormais" e irmão deputado

Convites de Luís Miranda e do seu irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), serão apreciados na próxima quarta-feira (23). Parlamentares não deixaram claro o motivo pelo qual irão ouvir o parlamentar, com quem eles conversaram nesta terça-feira

Sarah Teófilo
Bruna Lima
postado em 22/06/2021 21:45
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 remanejou os depoimentos marcados esta semana para encaixar a presença do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que relatou "pressões anormais" no fechamento do contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin com o governo federal brasileiro. Considerada uma oitiva "bomba" pelos senadores, a participação do servidor será dividida com o irmão, o deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM/DF), que pediu para ser convidado.

Questionado sobre o motivo de convidar o deputado para depor, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) apenas pontuou: "Porque o deputado disse que quer estar presente junto ao irmão e que os dois têm o que falar", sem deixar claro o motivo pelo qual irão ouvir o parlamentar, com quem eles conversaram nesta terça-feira (22/6).  Já o vice-líder dos trabalhos, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) afirmou ser "inevitável" ouvir o servidor, completando, ainda, que há forte expectativa para uma revelação "bomba".

A apuração tomou corpo em meio à apuração do Ministério Público Federal (MPF), processo pelo qual Luis Ricardo relatou “pressões anormais, por meio de mensagens de texto, e-mails, telefonemas, pedidos de reuniões” para resolver entraves em relação à importação da vacina indiana. O MPF apontou suspeitas em relação às negociações do governo federal na aquisição da Covaxin. Em um despacho da semana passada, do dia 16 de junho, a Procuradoria da República do Distrito Federal pede abertura de investigação específica sobre as negociações com a Precisa.

Em meio às revelações, o sócio da Precisa, Francisco Maximiano, cuja oitiva estava marcada para quarta-feira (23/6), justificou, de última hora, a ausência, em razão do cumprimento da quarentena por ter retornado da Índia em 15 de junho.

Em nota enviada ao Correio, a Precisa disse desconhecer oficialmente "qualquer investigação do Ministério Público Federal em relação ao contrato firmado para importação de vacinas", mas que estaria à disposição da CPI para prestar esclarecimentos. "A Precisa informa que as tratativas entre a empresa e o Ministério da Saúde seguiram todos os caminhos formais e foram realizadas de forma transparente junto aos departamentos responsáveis do órgão federal".

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