Pandemia

Bolsonaro critica a CoronaVac, a vacina mais aplicada no Brasil

Presidente mencionou problemas da vacina no Chile e relatou, sem provas, a morte de idosos vacinados em asilos. Questionado por Bolsonaro repetidas vezes se tomaria CoronaVac, o ministro Fabio Faria rebateu: "Vou ver se tem outra..."

Ingrid Soares
postado em 24/06/2021 23:45 / atualizado em 25/06/2021 00:29

Em transmissão de live nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro questionou, nesta quinta-feira (24/06), a eficácia da vacina CoronaVac, a mais aplicada no Brasil. "Eu tenho que falar não posso me omitir. Vocês estão vendo que CoronaVac está com problema em alguns países do mundo, como por exemplo o Chile, entre outros. No Brasil não está sendo diferente. A gente vê notícias de asilos, por exemplo, que têm dezenas de idosos que tomaram as duas doses, depois de algum tempo, as pessoas são infectadas e entram em óbito", continuou.

Bolsonaro também voltou a defender o inexistente "tratamento precoce". "Se você tomou a vacina CoronaVac e porventura venha a ser infectado, procure um médico. Quem sabe você pode iniciar o tratamento precoce". 

"Botaram na cabeça dessas pessoas que, se ela (sic) tomar a vacina, se for acometida do vírus, as consequências do vírus não vão ser muito sentidas, vão ser brandas. E tem gente morrendo por causa disso", continuou.

Estudo de ivermectina

O chefe do Executivo citou ainda o estudo que a Universidade de Oxford iniciou com o medicamento ivermectina. É a mesma plataforma de pesquisa que desbancou a azitromicina como tratamento potencial para a covid-19. Segundo Bolsonaro, o governo brasileiro em contato com a instituição a fim de enviar uma equipe brasileira aos locais de pesquisa.

"Um estudo da Universidade de Oxford vai aprofundar estudo com aquele remédio que mata verme, piolho. Não posso falar aqui que pode cair a live. Parabéns, aqui. Vamos entrar em contato com a Oxford para ver se a gente pode acompanhar esse estudo lá, já que, aqui no Brasil, é uma dificuldade enorme. Não sei por que algumas pessoas são contra o tratamento imediato", emendou.

"Tem que buscar o médico"

O ministro das Comunicações, Fabio Faria, estava ao lado do presidente e endossou: "Existe grande diferença das eficácias da vacina, tem umas que tem maior ou menor eficácia. Tem que buscar o médico mesmo, procure o médico", estimulou.

Questionado por Bolsonaro repetidas vezes se ele tomará CoronaVac, o ministro rebateu: "Vou ver se tem outra..."

Estudos como o do Instituto Butantan em Serrana, São Paulo, mostraram que a CoronaVac é capaz de reduzir em até 86% as internações por covid-19 e em 95% as mortes pela doença. Um outro estudo, publicado no início de maio, concluiu que a morte de idosos foi reduzida à metade graças à imunização.

Palpiteiro

Bolsonaro também alfinetou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que criticou o voto impresso, chamando-o de "palpiteiro".

"Brasil vai muito bem"

Ao falar sobre a eleição do Brasil para uma das vagas rotativas do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o presidente relatou que isso prova a boa relação internacional do país. Ele emendou que o "Brasil vai muito bem" e que "vão ter que me engolir".

"A grande mídia diz que não estamos bem na politica internacional. Não nos faltou bons contatos com bons países. Há 10 dias fomos aprovados na cadeira do Conselho de Segurança da ONU. De 190 que votaram, sabe quantos votos o país teve? 182. E o Brasil está mal com a política externa? O que seria normal. Seria votar contra. O Brasil vai muito bem. Vão ter que me engolir, pô", concluiu.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação