CPI

Miranda vê armação em áudio levado à CPI da Covid

Ao saber do áudio, Miranda, que estava na Câmara, foi ao Senado. Ele apresentou a íntegra da mensagem, enviada em 2020, a Cristiano Alberto Carvalho, representante da Davati

Luiz Calcagno
Sarah Teófilo
postado em 02/07/2021 06:00
Luis Miranda seguiu para a CPI assim que soube do áudio usado contra ele
 -  (crédito: Edilson Rodrigues/Agencia Senado)
Luis Miranda seguiu para a CPI assim que soube do áudio usado contra ele - (crédito: Edilson Rodrigues/Agencia Senado)

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) classificou como uma armação o áudio levado à CPI da Covid pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como vendedor de vacinas da empresa Davati Medical Supply. O parlamentar chegou a enviar um ofício ao presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AL), pedindo a prisão do depoente. Aziz negou. Posteriormente, senadores concluíram que o áudio, em que Miranda negocia uma compra, nada tinha a ver com o caso das vacinas e seria uma tentativa de desacreditar o depoimento do deputado. O parlamentar e o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, denunciaram irregularidades no contrato de aquisição, pelo governo, do imunizante Covaxin.

Ao saber do áudio, Miranda, que estava na Câmara, foi ao Senado. Ele apresentou a íntegra da mensagem, enviada em 2020, a Cristiano Alberto Carvalho, representante da Davati. Depois, o próprio Cristiano negou que o áudio tivesse relação com a negociação de vacinas. Aos senadores, Dominguetti disse, então, que teria sido induzido ao erro.

“Tentaram armar para mim um áudio editado. Ele dá a entender que existe animus entre mim e Cristiano, que eu nem conheço. Falei com ele uma única vez. Não tem diálogo longo. Apenas me deu indicação para onde comprar luvas para vender no mercado americano em outubro de 2020. Fantasiaram um negócio”, enfatizou Miranda. “Fui à CPI para mostrar no meu celular, para não ter conversa afiada. Tive de mostrar no meu aparelho, a conversa oficial e o assunto.”

Questionado sobre a possibilidade de voltar a depor, ele destacou que o ideal seria que os senadores esperassem um pouco mais antes de chamá-lo novamente. Ele disse que tem reunido novas denúncias contra o governo. “Seria um dia perdido no meu trabalho”, frisou.

De acordo com Miranda, o áudio exibido pelo depoente é de 15 de outubro. Ele disse, ainda, que Cristiano apenas indicou a quem ele deveria enviar a solicitação. “A intenção é clara: descredibilizar as testemunhas, as únicas testemunhas que trouxeram evidências de que existe, sim, corrupção no Ministério da Saúde”, afirmou. Para Miranda, Dominguetti tentou “mentir para desviar o foco”.

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