Militares e Pacheco riscam o chão
Depois de uma semana tensa, militares e congressistas colocam os pingos nos Is no sentido de impor limites ao baile político. Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), diz que quem definirá sobre as eleições é o Congresso e que tentar impedi-las é crime de responsabilidade, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Batista Júnior, avisa, via jornalista Tânia Monteiro, no jornal O Globo, que a nota dos comandantes se referiu especificamente ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e reforça o respeito das Forças Armadas ao que está previsto na Constituição.
Diante dos fatos e declarações, há quem diga que, embora o presidente Jair Bolsonaro tente bagunçar o coreto com frases de efeito e as leituras da entrevista do comandante da Aeronáutica tenham sido acima do tom por alguns analistas, os limites estão postos: os militares não admitem que se jogue as Forças Armadas no lamaçal, porém não vão passar a mão na cabeça de quem estiver enroscado em malfeitos. Da parte do Legislativo, os congressistas são soberanos para definirem as regras eleitorais, inclusive se o voto será impresso ou simplesmente eletrônico, como é hoje. Os limites estão postos.
Rodrigo se descola de Bolsonaro
A fala de Pacheco, reforçando que quem decide sobre legislação eleitoral é o Congresso e não o Poder Executivo, é vista nos partidos como um divisor de águas no Parlamento. De quebra, ele já comunicou aos integrantes da CPI da Covid que, na semana que vem, vai prorrogar os trabalhos do colegiado. Está marcado, na visão de muitos, o distanciamento social entre Pacheco e Bolsonaro.
Pesquisas movem as peças
Embora o presidente e seus aliados mais fiéis dispensem as pesquisas pré-eleitorais como balizadoras da tendência de voto em 2022, os políticos avaliam esse humor do eleitorado para se posicionar. Tem muita gente pensando duas vezes antes de jurar fidelidade antecipada a Bolsonaro, dada a indicação de que, num segundo turno, ele perderia para Lula, Ciro Gomes, João Doria e empataria com Luiz Henrique Mandetta e Eduardo Leite.
Juristas rebatem Bolsonaro
Composto por renomados ex-ministros, juízes e advogados eleitorais, o Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral reforçou o coro contra as suspeitas de fraudes eleitorais levantadas por Bolsonaro. Em relação à eleição de 2014, por exemplo, o Ibrade lembra que foi o pleito mais fiscalizado do país, investigado por mais de um ano pelo PSDB, sem que se tenha confirmado nenhum desvio.
Esqueçam o recesso oficial
A contar pelo andar da carruagem na Comissão Mista de Orçamento (CMO), a CPI da Covid não precisará se preocupar com a paralisação de seus trabalhos. É que esta semana terminou sem votação do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), peça fundamental para abertura de prazo de emendas. Logo, é difícil ter recesso.
Curtidas
Gravou e já espalhou/ O WhatsApp dos parlamentares estava a mil, ontem, com a versão de que a conversa dos irmãos Luis Ricardo e Luis Miranda (DEM-DF, foto) com Bolsonaro foi mesmo gravada. As mensagens trocadas entre as excelências mencionam “50 minutos de muita informação e… baixaria”.
Tempo de estudo/ O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, quer acabar com essa história de depoimentos na sexta-feira. Assim, sobra mais tempo para análise de documentos e montagem de estratégias dentro da comissão.
Chega de responder ao “autoritário”/ Enquanto presidente da CPI, Aziz avisou a amigos que não vai bater boca com Bolsonaro. A ideia é deixar o presidente da República falando sozinho.
A pergunta que não quer calar/ “Quando os impactos da vacinação contra covid-19 serão percebidos no Brasil?” É esse o título de uma conversa aberta e virtual, em 15 de julho, às 19h, promovida pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp). Para respondê-la foram chamados três ex-presidentes da Anvisa: Gonçalo Vecina, Cláudio Maierovitch e Dirceu Barbano. A mediação estará a cargo do presidente do SindHosp e inscrição é gratuita no site https://hospitalarhub.e-event.com.br/.
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