Internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro não tem previsão de alta, mas a equipe médica do chefe do Executivo descarta a necessidade de submetê-lo a cirurgia para reverter o quadro de obstrução intestinal. Segundo o cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, que atende o mandatário desde a facada que ele recebeu em 2018, o sistema digestivo do presidente deu sinais de melhora de quarta-feira para ontem. Bolsonaro evoluiu “de forma satisfatória clínico e laboratorialmente”, de acordo com o médico, que deve seguir com um tratamento menos invasivo.
Bolsonaro teve de utilizar uma sonda gástrica, pois precisou manter uma dieta líquida, mas, com a evolução constatada ao longo do dia, o aparelho foi retirado ontem. Durante entrevista do presidente ao jornalista Sikêra Jr, Macedo explicou que o abdome do chefe do Executivo apresentou “bons barulhos”, o que é um indicativo de que o aparelho digestório dele está voltando ao normal.
O médico reforçou que a obstrução intestinal que acometeu o chefe do Palácio do Planalto é consequência do ataque a faca ocorrido três anos atrás. Por conta do episódio, segundo Macedo, o abdome de Bolsonaro “é cheio de aderências”. Além disso, o cirurgião disse que o intestino do presidente continua envolvido por uma membrana decorrente de uma infecção que ele sofreu pela facada e das cirurgias que precisou fazer para conter as complicações do atentado.
De todo modo, Macedo comentou que a área obstruída do intestino “está mais permeável, palpável e absorvida”, o que é um bom indicativo para que Bolsonaro deixe de utilizar a sonda gástrica. “Mas a cirurgia, a princípio, está afastada, uma vez que o intestino começou a funcionar, e o abdome está mais flácido e mais funcionante”, completou o médico.
Bolsonaro respondeu a algumas perguntas feitas por Sikêra Jr e disse estar bem. “Essa obstrução é sempre um risco muito alto. Mas, graças a Deus, hoje (ontem) evoluiu bastante esse quadro. Então, a chance de cirurgia está bastante afastada”, comentou.
Fotos
Mesmo debilitado, Bolsonaro caminhou pelos corredores do Vila Nova Star e conversou com outros pacientes internados. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, compartilhou nas redes sociais a imagem do presidente sorrindo ao lado de uma mulher. Na legenda, ela caracterizou o marido como “custoso demais”. O secretário da Cultura, Mario Frias, também postou a foto e escreveu que Bolsonaro é “o presidente mais amado da história deste país”.
Hoje, o chefe do Planalto cumpriria agenda em Manaus. Ele ficaria na capital amazonense ao longo do fim de semana, quando participaria de uma motociata promovida por apoiadores. Contudo, os compromissos acabaram cancelados. O presidente pediu desculpas aos eleitores. “É um motivo além da minha vontade, mas vamos deixar para outra oportunidade, se Deus quiser.”
Mais cedo, nas redes sociais, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) agradeceu aos apoiadores pela solidariedade ao chefe do Planalto. “Presidente Jair Bolsonaro evoluiu para melhor, acordou bem-disposto e, a continuar assim, não precisará fazer cirurgia! Obrigado a todos pelas orações!”, escreveu.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também usou as redes sociais para comentar sobre a saúde do pai. De acordo com ele, o presidente retirou cerca de 1 litro de líquido acumulado no organismo, o que “trouxe alívio”. “Há uma possibilidade de cirurgia, mas também há uma esperança de que essa dobra, essa aderência se desfaça naturalmente. Os médicos estão a todo momento avaliando se faz-se uma cirurgia ou se deixa mais um tempinho para ver se consegue resolver naturalmente”, escreveu o deputado.
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