CPI DA COVID

No recesso, CPI deve analisar 2 terabytes com 1,8 mil documentos de suspeitos

Entre os arquivos que serão analisados estão documentos do Ministério da Saúde, atas de reuniões, conversas trocadas por aplicativo de mensagens e por telefone entre os alvos

Renato Souza
postado em 17/07/2021 06:00
A CPI da Covid só voltará a ter sessões no mês que vem, mas trabalhos continuarão no recesso -  (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
A CPI da Covid só voltará a ter sessões no mês que vem, mas trabalhos continuarão no recesso - (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Durante o recesso, a CPI da Covid deve analisar dois terabytes de arquivos, que contêm 1.833 documentos e dados telefônicos, fiscais e telemáticos de suspeitos de envolvimento com irregularidades durante a pandemia. Para se debruçarem sobre o material, parlamentares e técnicos do Senado vão contar com apoio da Polícia Federal.

As informações reunidas pelo grupo é resultado de três meses de trabalho, que já definiu uma nova linha de atuação e encontrou fortes indícios de que um ou mais esquemas de corrupção foram montados no Ministério da Saúde para fraudar contratos de aquisição de vacinas. Além disso, atos do governo federal teriam contribuído para o agravamento da crise sanitária, a demora na aquisição de imunizantes e a disseminação do novo coronavírus na população.

Entre os arquivos que serão analisados estão documentos do Ministério da Saúde, atas de reuniões, conversas trocadas por aplicativo de mensagens e por telefone entre os alvos, além de depoimentos de testemunhas e investigados e denúncias recebidas pela comissão. Por força do regimento interno, a CPI não pode realizar sessões durante o recesso, que vai até 1º de agosto. Também fica suspensa a oitiva de testemunhas.

Os senadores solicitaram à Polícia Federal um delegado e agentes para reforçar a equipe, além dos que já integram o grupo. Prorrogada por três meses, a comissão produzirá, ao final, um relatório que será encaminhado ao Ministério Público recomendando indiciamentos, apontando a prática de crimes e táticas obscuras para obter vantagens sobre as negociações em torno das vacinas e insumos médicos.
As investigações apontam para três núcleos criminosos montados para fraudar contratos públicos, um formado por empresários, outro por militares e um terceiro por agentes políticos. O governo do presidente Jair Bolsonaro está no centro das suspeitas, tanto com o eventual envolvimento de parlamentares governistas quanto de servidores e agentes do Poder Executivo.

A comissão pode recomendar a abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro. Um inquérito para investigar se o chefe do Executivo se omitiu ao saber de irregularidades já está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

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