VIOLÊNCIA

Joice entrega objeto ao depor na polícia

Deputada diz que utensílio não lhe pertence nem é da casa. E abre boletim contra senador que atribuiu fraturas e hematomas às drogas

Ana Luiza Vinhote - Especial para o Correio Braziliense» BRUNA LIMA » LUIS CALCAGNO » SARAH TEÓFILO
postado em 27/07/2021 00:27
 (crédito: Bárbara Cabral/Esp/CB/D.A Press)
(crédito: Bárbara Cabral/Esp/CB/D.A Press)

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) prestou depoimento, ontem, à Polícia Civil do Distrito Federal por conta da investigação que apura se ela foi agredida dentro de casa, em um apartamento funcional, em Brasília. A parlamentar disse que encontrou um objeto, no último domingo, que não pertence a ela nem a ninguém de sua casa, e que entregou o objeto aos agentes. Ela não quis dizer o que é, mas afirmou não ser um objeto cortante.


“Não é uma arma, não é um objeto cortante. É um objeto que não pertence a ninguém da minha casa. Não estava sujo de sangue. Só prova que, de alguma forma, alguém esteve lá. Se foi antes, depois, se foi em outro momento, se tem ligação com o caso, a polícia vai me dizer”, afirmou. Segundo ela, o objeto foi recolhido por um policial legislativo. O caso também está sendo apurado pela Polícia Legislativa, por se tratar de um apartamento funcional, e pelo Ministério Público Federal (MPF), acionado pela polícia.


Joice também abriu um boletim de ocorrência contra o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), por ter, em uma transmissão ao vivo, dito que ela usou drogas e que levará uma denúncia ao Conselho de Ética. A parlamentar disse, também, que fará uma notícia-crime para que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Augusto Heleno, seja ouvido, depois que ele foi ao Twitter, segundo ela, “debochar”: “Quanto à informação que divulgou sobre o GSI, deve ser perturbação consequente da pancada que levou na cabeça. Espero que melhore!”, postou.

Gabinete de Segurança

Heleno se referiu a uma declaração de Joice em entrevista ao site UOL, quando disse que obteve informação por uma fonte ligada ao GSI de que o órgão “está procurando um carro para soltar a informação de que se machucou em acidente e criou narrativa de suposto atentado”.


A deputada relatou ter acordado no chão de casa, em 18 de julho, ensanguentada e com dois dentes quebrados, sem se lembrar de nada. Seu marido, o médico Daniel França, estava em outro quarto. Ao acordar, disse que pediu ajuda a ele. Dois dias depois, Joice foi a um hospital. No último domingo, em entrevista, Daniel negou tê-la agredido.


Aos policiais, Joice deu dois nomes que considera suspeitos — desafetos políticos que teriam acesso ao local e que poderiam agredi-la. Também ontem, ela realizou um exame no Instituto Médico Legal para uma perícia sobre as lesões. Apesar de o episódio ter ocorrido há alguns dias, a parlamentar explicou que a avaliação no IML não seria prejudicada devido ao fato de ela ter feito exames que serão entregues aos peritos.


A parlamentar explicou que também solicitou perícia do carro para mostrar que não sofreu acidente algum — rumores na internet defendem essa versão como motivo das lesões. Joice disse, também, que sua casa deve ser periciada pela polícia.

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