CB.Poder

Joice Hasselmann sobre agressões: "Tenho muitos inimigos políticos"

Deputada não descarta possibilidade de crime político após agressão misteriosa sofrida na madrugada do último dia 18. Em entrevista ao Correio desta quarta-feira (28), a parlamentar detalha o caso

Pedro Ícaro*
João Vitor Tavarez*
postado em 28/07/2021 17:52 / atualizado em 28/07/2021 17:54
 (crédito: Marcelo Ferreira)
(crédito: Marcelo Ferreira)

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) destacou em entrevista nesta quarta-feira (28/7) ao programa CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — que não descarta a possibilidade de ter sofrido um atentado 10 dias atrás, motivado por questões políticas, visto ser pouco provável, segundo ela, que os machucados tenham ocorridos em razão de queda ou desmaio.

A parlamentar afirma que no último dia 18 ela estava em casa com o marido e, após ambos dormirem, em quartos separados, acordou com ferimentos: dente quebrado, fraturas e hematomas espalhados pelo corpo. O fato ocorreu em um apartamento funcional na Asa Norte, em Brasília. Confira os principais pontos da entrevista com a jornalista Denise Rothemburg:

Galo na cabeça e Depol

Joice Hasselmann conta que estranhou o fato de, ao acordar, estar de bruços e com um galo atrás da cabeça. Após laudo médico, em que foram constatadas cinco fraturas no rosto e uma na coluna, a deputada passou a suspeitar de um atentado, mas não descarta a possibilidade de queda. A deputada ainda afirma que não tem nenhum histórico de convulsão nem de sonambulismo.

“Começamos a levar em consideração que pudesse ter acontecido alguma coisa, que eu pudesse ter caído várias vezes, mas aí a questão é porque eu não lembro, porque se eu tivesse caída de costas, com a cabeça batida onde eu tenho o galo, tem uma justificativa, mas eu estava de frente. Então, nós informamos para a Depol (Polícia Legislativa da Câmara), porque a Depol já estava informada de que eu tinha sofrido um acidente doméstico. Eu tinha até uma agenda naquele domingo (18) e cancelei. Como a Depol me escolta pelas ameaças de morte há bastante tempo, então, quando veio esse laudo nós comunicamos a Depol”, disse.

Suspeitas

Hasselmann não descarta a possibilidade de as agressões serem motivadas por razões políticas. “Eu tenho muitos inimigos políticos, isso não é novidade para ninguém. Mas não vou ser leviana de dar nomes de alguém porque a polícia está investigando. O fato é que estamos em apartamento funcional, e constatamos, depois, a suspeita do caso não ter sido provocado por uma queda ou pancada na cabeça”, disse.

Após perícia no imóvel em Brasília, o Departamento de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados não identificou a entrada de pessoa estranha no local onde a parlamentar diz ter acordado machucada. “Ainda não encontraram [evidência de impressão digital]. A esse respeito, questionei o delegado sobre um objeto encontrado no apartamento, e ele disse ser possível ”, contou. Segundo Joice, o item em questão foi encontrado “pouco antes de coletiva de imprensa” e posteriormente entregue à polícia.

“Uma coisa fica muito clara: a vulnerabilidade dos imóveis funcionais em relação às câmeras de segurança. Nós não temos câmeras de segurança nas escadas e nem na frente dos apartamentos. Isso poderia ser resolvido imediatamente, ou descartada qualquer hipótese, ou comprovada a invasão no meu apartamento. Então, o fato de ter vários pontos cegos — do qual também pedi análise da Polícia Civil — deixa especialmente as mulheres bastante apavoradas”, completou.

IML

“Claro que eu fiz, gente”, respondeu Hasselmann acerca de versões de que teria se recusado a fazer exames no Instituto Médico Legal (IML). Ela também rebateu notícias falsas de que bateu o carro por estar “drogada”.

Marido

“Eu só lembro de quando estava desacordada no chão. Se alguém entrou no apartamento e me agrediu na cabeça, como é que o meu marido ouviria a três cômodos de distância, e com a porta fechada, assim como eu? Tenho o hábito de dormir com a porta fechada por conta dos meus gatos”, argumentou.

Joice também afirma que o marido, o médico Daniel França — que nega agredir a esposa —, se colocou à disposição para fazer exames a fim de contribuir com as investigações. “Ele fez os exames de corpo delito e toxicológico e está bastante empenhado. Até porque, obviamente junto comigo, ele é a pessoa mais interessada em saber o que realmente aconteceu”, disse.

Escute em formato de podcast:

*Estagiários sob a supervisão de Andreia Castro

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação