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TSE: tabela sobre eleição de 2014 apresentada por Bolsonaro é falsa

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o presidente se baseou em informações inverídicas para atacar o sistema eletrônico. Em live nesta quinta-feira, Bolsonaro disse que não "tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas"

Luiz Calcagno
postado em 30/07/2021 00:04
 (crédito: Roberto Jayme/Ascom/TSE)
(crédito: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

O Tribunal Superior Eleitoral emitiu nota alertando que Jair Bolsonaro propagou notícias falsas em sua live semanal desta quinta-feira (29/7). Trata-se da planilha que o presidente da República apresentou que mostra alternâncias, minuto a minuto, entre os candidatos à presidência Dilma Rousseff (PT), que venceu o pleito, e Aécio Neves (PSDB), que saiu derrotado.

O TSE afirmou desconhecer a origem da planilha e a informação apresentada, que nada têm a ver com os dados oficiais da instituição e "não correspondem aos dados oficiais, minuto a minuto, da totalização dos votos computados pela Justiça Eleitoral no segundo turno das eleições presidenciais de 2014".

O presidente Jair Bolsonaro promoveu live com a promessa de apresentar provas de que as eleições de 2018 teriam sido fraudadas. Contudo, durante o evento, admitiu que “não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas”.

"Mais uma fake news"

Ainda segundo o TSE, a tabela apresentada por Bolsonaro aparece em um vídeo que se baseia em informações falsas. "Ou seja, é mais uma fake news, como tantas outras propagadas nas redes sociais e que buscam atingir a confiabilidade e a transparência do sistema eletrônico de votação, apuração e totalização dos resultados das eleições, que vigora há 25 anos no país sem qualquer comprovação de fraude", acrescentou o tribunal.

"Conteúdo similar sobre essa suposta fraude é antigo, circulou em eleições de outros países, como nas eleições presidenciais de 2020 dos Estados Unidos, e já foi amplamente desmentido. Especialistas como Jen Golbeck e Joseph Deckert, entre outros, sustentam que a aplicação da Lei de Benford não é capaz de comprovar uma eventual fraude em eleições, devido à adoção de seus conceitos de forma errônea", alertou o TSE.

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