Até 17 milhões de famílias poderão ser beneficiadas com o Bolsa Família de R$ 300, com a nova folga no teto de gastos em 2022. Foi o que disse, ontem, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. Segundo ele, a nova margem de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões permitiria o atendimento desse público.
Com orçamento atual de R$ 34,9 bilhões, o Bolsa Família alcança 14,7 milhões de famílias, com benefício médio de R$ 190. Nesta semana, Jair Bolsonaro anunciou a elevação do valor médio para R$ 300. A mudança poderá entrar em vigor em novembro, mas, depois, o presidente informou que o benefício médio poderia subir para R$ 285.
Ao apresentar a estimativa, ontem, o secretário do Tesouro informou que o desenho final da ampliação do Bolsa Família ainda não está fechado. “Esse é apenas um exercício aritmético que aponta a possibilidade da ampliação. Esse espaço (no teto de gastos) que estamos vendo é compatível com um programa dessa magnitude”, explicou.
Por causa da inflação acumulada de 8,35%, entre julho de 2020 e julho deste ano, o teto federal de gastos subirá de R$ 1,486 trilhão em 2021 para R$ 1,61 trilhão em 2022, diferença de R$ 124 bilhões. Isso ocorre porque, até 2026, o teto será corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Originalmente, o Tesouro calculava que a folga para despesas discricionárias (não obrigatórias) no próximo ano dentro do teto ficaria entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões. Na semana passada, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, anunciou que os cálculos foram revistos, e o intervalo aumentou para algo entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões.
Segundo Bittencourt, a folga no teto foi recalculada porque o governo diminuiu em cerca de R$ 5 bilhões a estimativa de despesas obrigatórias para 2022. Entre esses gastos estão aposentadorias, despesas com o funcionalismo, abono salarial, seguro-desemprego, entre outras.
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