Com uma margem muito pequena para não extrapolar o teto de gastos, os ministérios e o Parlamento vão se digladiar pelos recursos do Orçamento do ano eleitoral. O primeiro desafio será fechar o valor destinado aos programas sociais que o presidente Jair Bolsonaro deseja ver como seu carro-chefe para o discurso reeleitoral. Depois, as emendas de relator, mantidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e motivo de acaloradas discussões nas bancadas. A conta de ambos, que já estava difícil de fechar, foi atropelada nos últimos dias com a notícia dos R$ 89 bilhões em precatórios que o governo terá de pagar no ano que vem.
Por mais que seja possível parcelar a conta dos precatórios, será difícil o governo conseguir fechar um programa social robusto, atender a todas as emendas de deputados e senadores, que são consideradas impositivas e, ainda, separar dinheiro para as eleições. Não por acaso, o mercado está agitado nos últimos dias e a pressão inflacionária, idem. Com as contas batendo à porta, há quem diga que o ministro Paulo Guedes, em vez de reclamar do IBGE ou do “meteoro” dos precatórios, precisa apresentar uma solução capaz de tirar o país dessa órbita — e sem aumento de carga tributária. Afinal, sem uma economia que traga esperança aos brasileiros, não haverá Ciro Nogueira que dê jeito.
Instabilidade
O discurso do ministro Luiz Fux para a abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal vem recheado de recados para Bolsonaro, especialmente diante da escalada em favor do voto impresso. Será uma resposta à declaração do presidente, há alguns dias, sobre a população reagir e não aceitar eleições só com urnas eletrônicas.
Estabilidade
Esta é a palavra-chave da missão que Ciro Nogueira assumirá na Casa Civil. Se o Congresso estiver calmo, já será meio caminho andado. Primeiro desafio será esfriar a CPI da Covid, que reabrirá na toada das denúncias sobre tentativa de cobrança de propina na compra de vacinas.
Xô, confusão
Nenhum dos ministros tarimbados em política e com mandato acompanhou in loco a live em que Bolsonaro deveria apresentar as provas de fraude na eleição de 2014. É a turma que tentará salvar a lavoura, diante da tendência de derrubada da PEC do voto impresso.
“Ciro vai funcionar. A que preço, eu não sei”
Afastado de Bolsonaro, o ex-deputado Alberto Fraga considera o senador Ciro Nogueira habilidoso o suficiente para acertar a coordenação política do governo. Só tem um probleminha: o preço será alto. “O general (Luiz Eduardo Ramos) foi uma grande decepção, dizia aos deputados que, se não votassem assim, assado, iria cortar as emendas. Não poderia dar certo”, diz. Leia mais detalhes da conversa com Fraga no Blog da Denise, em www.correiobraziliense.com.br.
Com as vacinas, comissões lotadas
A tendência dos parlamentares é retomar as sessões presenciais no plenário e comissões. Aliás, essa normalidade pode não ser um bom negócio para o governo. A PEC do voto impresso, por exemplo, só não foi derrotada em julho porque o presidente da comissão especial, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), via Skype, fez ouvidos de mercador enquanto os oposicionistas se esgoelavam no plenário e o relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), falava sem ser interrompido.
A estreia de Roberta I/ Escalado por Bolsonaro, o ministro da Cidadania, João Roma (foto), já começou a pensar numa candidatura ao governo da Bahia. Esse projeto vai puxar mais uma integrante da família para a política: a mulher dele, Roberta Costa Roma.
A estreia de Roberta II/ Roberta tem participado de eventos em Salvador, usando máscara de proteção com a inscrição “João Roma 2022”. E começa a tomar gosto pela política.
A estreia de Roberta III/ Dia desses, perguntada sobre a participação da mulher na política, respondeu assim: “Elas sempre estiveram presentes na política, seja apoiando seus maridos junto com a família, seja participando ativamente, ratificando uma certeza: quando chamadas à luta, elas não se furtam a esse papel”.
Hoje tem/ Ato em favor do voto impresso. Se a presença for baixa, será mais um motivo que os congressistas vão colocar sobre a mesa para enterrar essa proposta de emenda constitucional.
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