OBITUÁRIO

Morre, aos 88 anos, o diplomata Paulo Tarso Flecha de Lima

Embaixador de grande prestígio, Lima não resistiu a complicações causadas por uma infecção urinária. Em 1990, negociou a libertação de brasileiros feitos reféns por genro de Saddam Hussein

Morreu, aos 88 anos, o diplomata Paulo Tarso Flecha de Lima, na fim da tarde desta segunda-feira (12/7). Segundo pessoas próximas, ele foi internado no Hospital Sírio Libanês em Brasília na semana passada, já com quadro grave de infecção urinária e não resistiu às complicações da doença.

As informações sobre o velório ainda não foram divulgadas, mas, segundo a família, o enterro será realizado em Belo Horizonte (MG), cidade natal de Flecha de Lima. Nascido em 1933, era considerado por muitos como o maior diplomata brasileiro da contemporaneidade e foi embaixador do país nos Estados Unidos, na Itália e no Reino Unido. Dentre outras funções, também ocupou o cargo de Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A carreira diplomática durou 46 anos.

Entre as tarefas diplomáticas, amigos relembram a negociação de resgate de brasileiros em 1990. O embaixador negociou, em inglês, com Hussein Kamel-Hassan, genro de Saddam Hussein, a libertação de 450 brasileiros feitos reféns pelo ditador. Eles seriam usados como escudos humanos em um ataque aos Estados Unidos, na Guerra do Golfo.

Flecha de Lima deixa quatro filhos e netos. Ela era casado com a embaixatriz Lúcia Martins Flecha de Lima, que morreu em 2017 e foi amiga pessoal da princesa Diana, morta em um acidente de carro nos anos 1990.

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