Brasília-DF

Correio Braziliense
postado em 14/08/2021 23:42
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 26/3/19)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 26/3/19)

Bolsonaro ilumina o palco de Pacheco

Ao anunciar que levará ao Senado o pedido de abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro abre uma avenida para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), desfile como o homem do equilíbrio, capaz de promover o diálogo e a arbitragem entre os Poderes. Se passar nesse teste, o presidente do Senado ganhará pontos na corrida ao Planalto em 2022.

O eleitorado brasileiro, de um modo geral, não gosta dessa brigalhada entre os Poderes. Quer mesmo é que se resolvam as crises da inflação, dos preços da gasolina, do arroz, da carne, e por aí vai. Por isso, ao atender o bolsonarismo-raiz indo ao Congresso contra os ministros do Supremo, Bolsonaro acende as luzes para a terceira via. Vale lembrar que, em 1993, quando Fernando Henrique Cardoso passou a ser visto como opção ao Planalto, depois do desastre do governo “collorido”, todos consideravam que Lula estava eleito. Tanto bolsonaristas quanto petistas torcem para que essa história não se repita.

 

A desconfiança impera
Jair Bolsonaro ficou irado ao saber da conversa entre o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro Luís Roberto Barroso. Com mania de perseguição, o capitão viu no encontro entre o general e o jurista uma manobra pró-impeachment.


Campos Neto se descola de Guedes
A fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertando sobre a necessidade de o país dar sinais de melhoras na sustentabilidade das contas públicas, foi vista na seara da política como um sinal de ruído entre ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes.


Em casa que falta pão...
Países em que Banco Central e o Ministério da Economia dão sinais diferentes diante da escassez de recursos e governantes apostam mais em crises do que em calmaria, os investidores são os primeiros a correr.


… todo mundo briga
Os ministros que já fizeram as contas garantem que o Orçamento de 2022 chegará ao Congresso para lá de apertado e sem muita folga para as chamadas emendas de relator. Os políticos, porém, não aceitam essa conta. Já tem gente dizendo que, se a previsão se confirmar, o jeito será tirar dinheiro das obras do governo para contemplar as prioridades dos parlamentares.


Enquanto isso, lá fora...
A investida de Bolsonaro contra ministros do STF levou a várias manifestações internacionais. Integrantes do Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral — o Idea Internacional —, por exemplo, postaram em suas redes que é hora de sair em defesa dos ministros e das instituições.


Curtidas

Placar/ O jantar do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (foto), com a bancada do PSDB reuniu 16 deputados. O de São Paulo, João Doria, 14. Só tem um senão: Doria tem o slogan de “homem da vacina” e conseguiu um tento na Região Sul, reduto de Leite. A bancada estadual do Paraná declarou apoio ao paulista.

Melhor dos mundos I/ A cúpula da Câmara fez as contas e descobriu que, hoje, são cerca de 50 deputados comandando o dia a dia da Casa, de forma presencial. E esse grupo não se mostra disposto a dividir o poder com a maioria, retomando as sessões lotadas em plenário.

Melhor dos mundos II/ E não é apenas esse seleto grupo que está feliz. Tem deputado, mais afeito à vida no estado, que só veio a Brasília este ano para a posse de Arthur Lira. E olhe lá.

Fim de festa/ A vida boa, porém, vai acabar em setembro, quando a Casa começará a discutir o Orçamento do ano eleitoral. Depois da história das emendas de relator deste ano, ninguém quer perder essa boquinha para 2022.

 

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