EI

Macron alerta contra o EI em reunião regional marcada pelo Afeganistão

"Todos sabemos que não devemos baixar a guarda porque o Daesh (acrônimo árabe do EI) continua sendo uma ameaça", apontou o presidente francês

Agência France-Presse
postado em 28/08/2021 11:11 / atualizado em 28/08/2021 11:16
 (crédito: Francois Guillot/AFP - 8/5/18)
(crédito: Francois Guillot/AFP - 8/5/18)

O presidente da França, Emmanuel Macron, fez um alerta neste sábado (28) contra a ameaça representada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), antes de uma reunião de cúpula regional em Bagdá marcada pela tomada de poder dos talibãs no Afeganistão e o atentado de quinta-feira em Cabul.

O encontro no Iraque foi organizado inicialmente para "apaziguar" as tensões entre as duas grandes potências regionais, o Irã xiita e a Arábia Saudita sunita, mas agora vai debater a situação no Afeganistão, onde um braço do EI reivindicou o ataque suicida de quinta-feira em Cabul que deixou mais de 100 mortos.

"Todos sabemos que não devemos baixar a guarda porque o Daesh (acrônimo árabe do EI) continua sendo uma ameaça e sei que a luta contra estes grupos terroristas é uma prioridade de seu governo", disse Macron após uma reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazimi, antes do encontro de cúpula.

"França e Iraque são aliados chave na luta contra o terrorismo", respondeu o primeiro-ministro iraquiano.

Entre os participantes da reunião estão os ministros iraniano e saudita das Relações Exteriores, o presidente egípcio Abdel Fatah al Sisi, o rei da Jordânia Abdullah II, além do presidente francês. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi convidado, mas sua presença não foi confirmada.

Também foram convidados o primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohammed bin Rashid Al-Maktum, e o chefe de Governo do Kuwait, xeque Sabah Al-Khalid Al-Sabah.

Há quatro anos, o exército iraquiano ainda lutava respaldado por uma coalizão internacional contra o EI, que seria derrotado no fim de 2017.

Agora, as células jihadistas do EI executam ataques pontuais. O último grande atentado reivindicado pelo grupo no país deixou mais 30 mortos em Bagdá em julho.

O EI "ainda dispõe de dezenas de milhões de dólares e, sem dúvida, vai continuar restabelecendo suas redes no Iraque e Síria", afirma Colin Clarke, diretor de pesquisas do Soufan Center, centro de estudos de geopolítica com sede em Nova York.

O presidente Macron, que deseja mostrar que a França ainda tem um papel na região, busca respaldar o Iraque, "um país central, essencial na estabilidade do Oriente Médio", afirmou o governo de Paris.

Em sua viagem de 48 horas ao Iraque, Macron visitará Mossul, símbolo da vitória contra o EI, que controlou a cidade entre 2014 e 2017 e proclamou na localidade o seu califado.

Embora o EI seja um grande inimigo do Talibã, o que aconteceu no Afeganistão pode "estimular" o grupo extremista e motivá-lo a "demonstrar que ainda está muito presente no Iraque", disse Rasha al Aqeedi, pesquisadora do Newlines Institute dos Estados Unidos.

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