O PT estranhou — e muito — o apoio do governador de Alagoas, Renan Filho, à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República. No outro extremo do espectro político, o presidente Jair Bolsonaro custa a entender a resistência de partidos aliados ao governo a fecharem desde já um compromisso com a reeleição. É que, apesar de Lula e Bolsonaro apostarem na polarização, grande parte dos parlamentares não acredita que os dois sejam as preferências consolidadas e reais da maioria da população para 2022.
O MDB, por exemplo, vê fragilidades numa candidatura de Lula. Bolsonaro é instável e não representa uma escolha segura. Está tudo tão volátil que a terceira via é uma avenida aberta e a tendência é que surjam vários candidatos. Até aqui, Gilberto Kassab, tido como o maior CEO partidário do país, ficou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como seu plano A, B e C, conforme ele mesmo disse em entrevista ao CB.Poder há quase um mês. O MDB tende a Tebet. O PDT mantém Ciro Gomes. O PSDB, brigando internamente para lançar um nome. Pelo menos, até novembro, cada um ficará no seu quadrado.
A verdadeira tensão
A grande queda de braço no governo esta semana será o preço da energia. O setor quer jogar o reajuste na estratosfera para que a população entenda o tamanho do problema. A área econômica e a política, que, desta vez, estão juntas, consideram que é preciso ir devagar com o andor.
Efeito dominó
Um aumento substancial das tarifas de energia levará a um novo pico inflacionário e, aí, o consumidor será punido duas vezes. Pagará mais caro não só pela energia, mas praticamente por todos os bens de consumo.
Se agarra no serviço, pô
O tamanho do problema tem feito com que muita gente na base do governo se sinta incomodada com o fato de o presidente dispender energia vital falando em comprar fuzil e criando confusão com o Supremo Tribunal Federal. Já era para estar com uma força-tarefa dedicada a recuperar a economia e
baixar preços.
Caso pensado
A decisão de deixar o julgamento do marco temporal da demarcação das terras indígenas para esta semana foi feita sob encomenda, a fim de “dar uma canseira” nos índios que acampam na entrada da Esplanada. A aposta dos ministros do STF é a de que eles não terão recursos para permanecer tanto tempo em Brasília.
Jair está chamando
Bolsonaro aproveitou os eventos em Goiás para convocar senadores e deputados para o Sete de Setembro em Brasília. Quer medir sua capacidade de mobilização entre os políticos.
A volta de Eunício/ Em almoço, na semana passada, na casa do governador Ibaneis Rocha, o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (foto) avisou que será candidato a deputado federal. Se tudo der certo, espera carregar pelo menos dois do MDB para a Câmara, em 2023.
Henriquinho, o retorno/ O ex-deputado e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves marcou presença no lançamento do documento Todos por um só Brasil, na sede do MDB em Brasília. É o retorno depois da prisão, em 2018.
Assim, não vai/ A divisão do PSDB chegou ao ponto de que quem ganhar terá a missão quase que impossível de unir o partido.
Barraco judicial/ A sessão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro) foi marcada por grosserias e insultos. O clima pesou entre o desembargador André Fontes e a desembargadora Simone Schreiber, que ficou famosa por se tornar a relatora da Lava-Jato. Com o dedo em riste, ele interrompeu a colega: “A senhora não tem competência, a senhora já me insultou em sessão”. Eu, hein!
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