PANDEMIA

Bolsonaro defende 'tratamento complementar' a quem pegou covid após vacina

Segundo o presidente, "muitas pessoas têm perdido a vida por covid mesmo após a segunda dose".

O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a eficácia das vacinas contra a covid-19 e defendeu que quem for diagnosticado com a doença mesmo após completar o esquema vacinal faça algum tipo de “tratamento complementar” para evitar sintomas mais graves da enfermidade.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro propaga a utilização de remédios comprovadamente ineficazes contra a covid-19 como forma de tratamento à doença, dentre eles hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. Nesta quinta-feira (12/8), ele induziu que essas medicações podem surtir mais efeito do que os imunizantes fabricados para combater o novo coronavírus.

"Se você já tomou as duas doses, estiver sentindo sintomas e porventura tiver sido reinfectado, procure um médico. Veja o que ele vai te receitar. Procure fazer um tratamento complementar, mesmo vacinado. Com a vida não se brinca. Muitas pessoas têm perdido a vida por covid mesmo após a segunda dose. Procure um médico. Quem sabe ele te recomende algum tratamento", opinou o presidente, durante live nas redes sociais.

O presidente não mencionou o caso de Tarcísio Meira, ator que morreu nesta quinta-feira em consequências da covid. O artista havia tomado as duas doses de imunizantes, mas não resistiu aos efeitos do novo coronavírus.

"Salvando vidas"

Durante o vídeo, Bolsonaro omitiu o nome dos remédios que seriam "complementares" para evitar que a transmissão fosse interrompida por propagação de notícias falsas. Mesmo assim, em alusão à hidroxicloroquina, disse que “esse medicamento está salvando vidas”. “Pessoas que estavam intubadas foram salvas. O remédio vai ter a comprovação científica, eu desconfio que já tem, falta só a assinatura”, afirmou, sem apresentar provas.

O presidente ainda comentou que tratamento alternativo “não faz mal nenhum”. “Procure um médico, veja o que ele vai te receitar, não siga o protocolo do Mandetta. Siga um tratamento complementar”, reforçou. Ao mencionar o "protocolo do Mandetta", Bolsonaro refere-se ao período inicial da pandemia, quando o ex-ministro da Saúde recomendava que as pessoas só procurassem atendimento quando tivessem sintomas mais severos de covid. 

Em depoimento à CPI da Covid, Mandetta disse que a orientação tinha como finalidade evitar o contágio por covid. Esse procedimento, esclareceu o ex-ministro, é adotado quando existe um quadro inicial de virose. A partir do momento que se decretou a transmissão comunitária de covid, outras diretrizes passaram a valer.  

Saiba Mais