Crise política

'Radicalismo e extremismo são ruins para o Brasil', diz Pacheco

Presidente do Senado fez declaração após se reunir com o presidente do STF, Luiz Fux, para discutir as recentes ameaças à democracia feitas por membros do Executivo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou, nesta quarta-feira (18/8), que "o radicalismo e o extremismo são muito ruins para o Brasil e são capazes de derrotar a democracia". O parlamentar fez a declaração após se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. No encontro, ambos concordaram em buscar a retomada do diálogo entre os Poderes, inclusive com a participação do presidente Jair Bolsonaro, que tem feito vários ataques ao Supremo e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e ameaçado a realização das eleições de 2022.

Em conversa com jornalistas, Pacheco disse que ele e o ministro concordaram ser preciso "evitar o radicalismo, evitar o extremismo e darmos lugar ao diálogo que busque pacificar, que busque unir, não necessariamente concordar sempre, mas ter, sobretudo, esse respeito às divergências".

Segundo o senador, "o ministro Luiz Fux se colocou muito propenso a essa ideia de estabelecer o diálogo, de novas reuniões serem marcadas e de discutirmos a consolidação da democracia e o estado de direito no nosso país. Debatermos os temas que mais interessam à população brasileira, que é o combate à fome e à miséria, que é o combate ao desemprego, que são as reformas que precisam ser feitas, inclusive reformas que são estruturantes e precisam da participação do Poder Judiciário, do Poder Executivo, embora seja responsabilidade do Legislativo". O parlamentar afirmou ainda que "precisamos de uma pauta propositiva, de um ambiente para essa pauta propositiva".

Impeachment

O encontro entre os presidentes dos dois Poderes ocorreu no STF, dias depois de Bolsonaro anunciar que apresentará ao Senado um pedido pela abertura de processos de impeachment contra dois ministros da Corte — Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do TSE.

O chefe do governo fez o anúncio após o aliado Roberto Jefferson — ex-deputado federal e presidente nacional do PTB — ser preso, na última sexta-feira (13), por ordem de Alexandre de Moraes, dentro do inquérito sobre milícias digitais.

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