CPAC

Em evento, Eduardo Bolsonaro diz que ameaça à liberdade é realidade: "É preciso escolher lados"

O deputado ainda atacou o STF, a ciência e as mídias sociais que bloquearam contas de aliados do governo. "Guerra não é mais travada por tropas, tanques e metralhadoras, mas com câmeras, microfones e pseudociência", emendou durante encontro conservador em Brasília.

Ingrid Soares
postado em 03/09/2021 13:22 / atualizado em 03/09/2021 13:30
 (crédito: Reprodução / Terça Livre)
(crédito: Reprodução / Terça Livre)

Na abertura da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil), evento trumpista liderado no país pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e ocorrida em Brasília, o filho “03” do presidente criticou nesta sexta-feira (03/09) ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a Organização Mundial da Saúde (OMS), ambientalistas e a mídia. O parlamentar apresentou um vídeo narrado por ele com várias imagens. A primeira mostrava uma reportagem sobre a reunificação da Alemanha apontando que "em um passado recente, achava-se que a ameaça das ideologias totalitárias havia morrido por completo", mas que "os poderes que subjugam a população não foram vencidos".

"O mundo parecia rumar para um novo caminho e as lutas pela liberdade que marcaram todo o caminho da liberdade seriam apenas vagas lembranças em nossas vidas. Mas isso se mostrou um engano. Os poderes que se movem para subjugar a liberdade do povo não foram vencidos. Eles apenas mudaram a sua face", alegou, mostrando imagens de canais de televisão como Globo, ABC, BBC e CNN.

Ao narrar o vídeo, veiculou imagens da ativista Greta Thunberg, do jornalista William Bonner e do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom e disse que a guerra "não é mais travada por tropas, tanques e metralhadoras”, mas com "câmeras, microfones e pseudociência".

"Os principais alvos desses ataques passaram a ser as mentes e corações das pessoas, completamente indefesas para estratégia de dissimulação, e desinformação arquitetada. A mentira se vestindo de verdade".

Em críticas às redes sociais que bloqueram contas de aliados do governo brasileiro, incluindo o do ex-presidente Donald Trump, inseriu imagens da Amazon, Twitter e de fundadores como Mark Zuckerberg, dizendo que "de forma velada, construíram uma rede de poder invisível" e "ergueram um verdadeiro império".

No vídeo, apontou como "forças contrárias à liberdade e aos valores conservadores" os ministros da Corte Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros, os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o ex-presidente Lula, completando que os mesmos "se valem de todos os seus recursos para mais uma vez subjugar o povo e enterrar definitivamente as nossas esperanças".

Eduardo afirmou também que "os inimigos estão expostos", relatou ameaça iminente à liberdade e bradou que é necessário escolher um dos lados.

"A ameaça à nossa liberdade é uma realidade visível e concreta. Agora cada um de nós precisa escolher o seu lado: dignidade ou degeneração; independência ou submissão; censura ou submissão. Enfrentar a realidade ou permanecer no auto engano".

Ao término do vídeo, criticou decisões do STF sobre as prisões de parlamentares como Daniel Silveira. "Quando que nós imaginamos que, por falar, pessoas estariam indo para a prisão? Pessoas estariam sendo desmonetizadas por tribunais? Outros tantos receberam visita da PF que nós mesmos apoiamos ou batemos palmas quando pegam traficante ou corrupto. Mas tudo isso é indicativo dos tempos estranhos que estamos vivendo. Por isso que estamos aqui hoje", justificou.

Com o tema "Liberdade não se ganha, se conquista", o evento conta ainda com palestrantes como Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e da Previdência, Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, e Bia Kicis (PSL-DF), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados e Abraham Weintraub, além do filho do ex-presidente americano, Donald Trump Jr. O encontro é patrocinado pelas redes sociais Parler e a Gettr, além do canal Terça Livre e termina amanhã.

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