CRISE

Bolsonaro diz que "não tem nada demais " em nota de recuo e pede "tempo"

"Alguns estão descendo a lenha em mim é natural. Paciência. Não vou trabalhando buscando uma reeleição como alguns acham", justificou.

Ingrid Soares
postado em 09/09/2021 21:12 / atualizado em 09/09/2021 23:06
 (crédito: Reprodução / Redes Sociais)
(crédito: Reprodução / Redes Sociais)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (09/09) durante live que "não tem nada demais" na nota enviada mais cedo na qual recua dos ataques proferidos durante manifestações do 7 de Setembro. O chefe do Executivo relatou que ligou para o ex-presidente Michel Temer para se aconselhar e confeccionaram juntos o documento divulgado.

"Os caras querem que eu tome medidas de imediato. Dá um tempo. Dá aí uns dois, três dias para a gente. Dá um tempo. O que aconteceu de imediato: você quer a gasolina mais barato não quer? Álcool, gás, isso tudo está indexado no preço do dólar", relatou.

"De imediato, por volta das 15h publicamos a nota e a Bolsa subiu. E, geralmente quando sobe a Bolsa, o dólar cai, o dólar caiu praticamente 2%. Espero que continue caindo amanhã. Queriam que respondesse Fux, que fez uma nota dura, sim. Me criticou. Usou da palavra Lira, Aras e alguns do meu lado, alguns poucos com discurso pronto: “tem que bater, reagir”. Calma, amanhã a gente fala. Deixa acalmar amanhã. Nós temos que dar exemplo aqui em Brasília", disse.

De acordo com Bolsonaro, a resposta dada foi a de que está pronto para o diálogo com os demais poderes. "Por mais que eu ache que você está fazendo a coisa errada ou eu, dá um tempo. Deixa acalmar um pouquinho. Comecei a preparar uma nota. Eu telefonei ontem à noite para Temer. Falei com ele hoje de manhã novamente ele veio para Brasília em dois momentos conversou comigo pouco mais de uma hora.  Ele colaborou com algumas coisas na nota. Eu concordei. Não tem nada demais ali. Eu acho que eu dei ali a resposta é o seguinte: eu estou pronto para conversar. Por mais problemas que tenha com Lira, Pacheco, Fux, Barroso. Tenho que conversar com Barroso ainda que hoje ele desceu o cacete em mim. Todo mundo quer transparência Barroso. Acho que quem apresenta proposta para o nosso trabalho ser melhor tem que ser elogiado e não criticado", acrescentou.

Bolsonaro alegou que o retrato das manifestações servirá para que, em especial, na Praça dos Três Poderes ocorra uma mudança no modo de agir e negou ter atacado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Muitos bateram em mim por causa da nota,. Não vejo nada demais, uma nota precisa, objetiva. Eu nunca agredi instituição nenhuma. A minha briga é pontual com algumas pessoas, como tem gente que tem briga pontual comigo também, sem problema nenhum".

"Reiterei meus respeito às instituições. Você pode brigar com ministro do STF, com senador, mas não com o senado, com o STF. E tenho certeza que bons frutos aparecerão nos próximos dias. Dá um tempo, dá um tempo. Alguns estão descendo a lenha em mim é natural. Paciência, não vou trabalhando buscando uma reeleição como alguns acham", justificou.

Barroso

Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e a alfinetar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Luís Roberto Barroso que fez um pronunciamento nesta quinta-feira (9/9) no qual o chamou de farsante e disse que o país é motivo de chacota mundial.

"Eu acredito que tive muito mais voto do que os 57 milhões que estavam ali. Eu vi uma notícia do senhor ministro Barroso, dizendo que está aperfeiçoando o sistema eleitoral. Barroso, se está aperfeiçoando é porque tinha brecha".

"Se Barroso anuncia novas medidas protetivas por ocasião das urnas é porque elas tem brecha. É porque, Barroso, elas são penetráveis. Entendeu, Barroso? Ministro Barroso, entendeu? As urnas são penetráveis e as pessoas podem penetrar nelas. Então, não é justo se desmonetizar páginas de pessoas que estão pedindo voto impresso. Isso é trabalhar contra a democracia?", questionou.

Por fim, ele apontou que as palavras bonitas do magistrado "não convencem ninguém". "Palavras bonitas, que sei que o ministro Barroso tem, dada a sua formação de jurista, diferente da minha, que tem palavrão de vez em quando, mas não convence ninguém", concluiu.

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