Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 23/09/2021 01:03
 (crédito: Vinicius Cardoso/Esp. CB/D.A Pre)
(crédito: Vinicius Cardoso/Esp. CB/D.A Pre)

Corra, Arthur, corra
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cogitou esta semana levar a reforma administrativa diretamente para o plenário da Casa. Não o fez porque não tem fechados os 308 votos para aprovar a proposta. A intenção de Lira era aproveitar este mês em que os deputados ainda estão em sessões remotas e os debates restritos. Agora, se demorar muito para votar tudo na comissão especial, as apostas indicam que será muito difícil levar o projeto adiante. Isso porque, embora este Congresso seja mais reformista que o anterior, muitos deputados preferem não arriscar um desgaste junto às mais diversas categorias do setor público, e, mais à frente, o Senado travar essa discussão. Ou seja, terá sido muito trabalho em vão.
Quanto ao relator da reforma tributária, Arthur Maia (DEM-BA), a avaliação dos líderes é a de que, até aqui, ele fez tudo o que estava ao seu alcance para tentar facilitar a aprovação da reforma. Porém, assim que a quarta versão do relatório foi apresentada, a expectativa ainda era uma difícil aprovação.

 

Enquanto houver bambu...
Com Marcelo Queiroga em isolamento num hotel em Nova York, a CPI da Covid vai continuar até o prazo final, ou seja, início de novembro. A ideia é aprofundar o caso Prevent Senior e as relações da Dlog, a Diretoria de Logística do Ministério da Saúde.


... há flecha
A Dlog, aliás, será o foco principal nas próximas semanas, junto com a Precisa Medicamentos. Ou seja, a dor de cabeça de muitos por ali não vai terminar tão cedo.


Reserva de mercado
Arthur Lira tem escolhido a dedo os relatores dos projetos importantes. Daí, a indicação do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para relatar a PEC dos Precatórios. O ritmo será o que o presidente da Câmara quiser. A PEC é, hoje, a prioridade um do governo federal.


Não vem que não tem
O presidente do PDT, Carlos Lupi, avisa aos petistas interessados em tirar Ciro Gomes do páreo que eles vão perder tempo. “A candidatura do Ciro é irreversível. Em 41 anos de vida pública, jamais tive um ato de traição ou deslealdade. Eu que chamei o Ciro para vir para o PDT, ele é nosso candidato e ninguém do PT terá coragem sequer de insinuar uma retirada da candidatura comigo. Não tem”, disse Lupi à Coluna. Neste fim de semana, Ciro estará no Rio de Janeiro, ao lado do presidente do partido.


Enquanto isso, no PSB...
O líder da oposição, Alessandro Molon, é o nome que o partido lançará ao Senado, no Rio, em parceria com Marcelo Freixo, candidato a governador. Falta encaixar o PT. A expectativa, porém, é a de que se o partido apoiar a candidatura de Lula à Presidência da República, ficará mais fácil.

 

Curtidas

“Desceu o morro de tamanco”/ O deputado Vinícius Poit (Novo-SP) bateu boca com um grupo de servidores que faziam quase que um corredor polonês contra a reforma administrativa. Foi xingado como “defensor da corrupção”, por causa do risco da liberação de cargos de servidores efetivos para apadrinhamento político.

Nem vem/ Poit, que é favorável à reforma para acabar com os supersalários, rebateu dizendo que a turma estava ali para defender Lula e o PT. O clima só melhorou quando o presidente do Sindilegis, Allison Souza, entrou na roda e, com muita calma, explicou que a posição dos servidores contra a proposta se deve à falta de estudos e cálculos atuariais. O deputado, porém, não muda sua posição: é a favor da reforma e ponto.

Enquanto isso, na fila.../ Ao tomar a vacina com uma camiseta Fora Bolsonaro, o deputado Alessandro Molon (foto) acabou, sem querer, provocando uma discussão entre duas senhoras na fila. A que estava logo à sua frente disse que usaria uma camiseta escrito “Bolsonaro é o melhor presidente que o país já teve”. Uma outra, que não ouviu direito o que a primeira havia dito, respondeu: “Pois é, eu quero uma camiseta dessa daí. Não sei como alguém ainda apoia Bolsonaro”.

... a discussão rolou solta/ A confusão estava armada. Molon, então, apenas defendeu a democracia e deixou que as duas mantivessem a discussão, torcendo pelo consenso, pelas maravilhas da democracia e pelo respeito à opinião alheia.

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