Curto-circuito no PL e um “não” a Valdemar
O partido de Valdemar da Costa Neto está em pé de guerra. O líder da bancada, Wellington Roberto (PB), não gostou de ser surpreendido com o vídeo em que Valdemar defendeu a demissão de Romildo Rolim da diretoria do Banco do Nordeste — chegou, inclusive, a colocar o cargo à disposição da bancada. Para completar, o indicado de Valdemar para o cargo, o engenheiro Ricardo Pinheiro, não vai emplacar porque lhe falta experiência no setor financeiro.
O entrevero é suficiente para dar aos partidos que buscam uma via alternativa à polarização PT versus Bolsonaro rumo ao 2002 — e até ao próprio Lula — um terreno fértil para buscar aliados para as eleições do próximo ano. Aliás, embora seja muito cedo para fazer qualquer aposta em relação a 2022, tem muito deputado apostando hoje, a um ano da eleição, que Bolsonaro não chegará ao segundo turno.
Se não votar, arque com o ônus
Caso o Senado não aprove a mudança no Imposto de Renda, o governo colocará os senadores como os culpados pela falta de recursos para incrementar os programas sociais. A estratégia foi usada por vários governos no passado. E deu certo.
No Congresso, funcionou
No início da semana, os congressistas ameaçaram nem colocar para votar o projeto que vinculava os recursos do IR ao novo Bolsa Família. Porém, ao perceberem que poderiam ser acusados nas redes sociais de “atrapalhar o Brasil”, aprovaram a proposta. Agora, não vai ser diferente.
Ainda tem bambu e flecha
A avaliação de muitos parlamentares é a de que o presidente Jair Bolsonaro ainda é quem melhor navega no mundo das redes sociais. E por mais que os adversários tenham ingressado nesse terreno, ainda não conseguiram superar Bolsonaro e seus apoiadores nesse campo.
Por falar em flechas...
Presidente do PTB paulista, o empresário Otávio Fakhoury soube apenas na terça-feira que iria depor hoje na CPI da Covid. A amigos, ele atribuiu a convocação ao fato de ter se tornado o interlocutor de Bolsonaro para uma possível filiação ao PTB. Tal como o empresário Luciano Hang, a expectativa é a de que terá pouco a acrescentar nessa reta final dos trabalhos.
Lula na área/ O ex-presidente Lula (foto) ampliou as conversas com o Centrão. A ordem agora é tirar boa parte desses partidos de uma posição mais alinhada com a do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Sob encomenda/ O nome União Brasil, da nova sigla que surgirá da fusão entre DEM e PSL, vem sob encomenda para tirar votos de Bolsonaro. É que o DEM, em 2019, considerava que para chegar ao segundo turno, era preciso tirar votos de Lula. Agora, inverteu. A aposta é a de que, se desidratar um pouquinho mais o presidente, a vaga na final estará garantida para um nome do centro.
E a cervejinha, hein?/ A decisão da Ambev de aumentar o preço da cerveja e justamente às vésperas do verão pegou a área política do governo de surpresa. Assim como no caso da gasolina, há o receio de que o mau humor do brasileiro no último trimestre afete ainda mais a combalida popularidade presidencial.
Nem tanto/ A esperança do governo, entretanto, é de que como ainda falta um ano para a eleição, até lá a situação dê uma melhorada.
Por falar em um ano para a eleição.../ A manifestação deste sábado fechou a pauta “Fora Bolsonaro, impeachment já”. O PT quer tirar dos seus ombros a imagem de que aposta na polarização. Em relação ao impeachment, porém, a chance de o processo andar hoje é zero. Aliás, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem dito a amigos que fará “cara de paisagem” para a manifestação.
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