Brasília-DF

O quarteto do poder político

Os dias de tensão serviram para galvanizar a relação entre quatro atores fundamentais para a política do governo neste momento. O presidente da Câmara, Arthur Lira; o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. Esse quarteto está afinado para o que der e vier. Jogam juntos e trocam impressões o tempo todo. Num cenário de retorno à radicalização, a tendência do grupo será se afastar do governo. Até o fim do ano, porém, ninguém fará qualquer movimento brusco e permanecerá no compasso para organizar a própria vida eleitoral para 2022.

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Desses quatro personagens, Arthur Lira, Ciro Nogueira e Flávia Arruda são candidatos a mandatos eletivos no ano que vem. Em caso de despressurização da cabine reeleitoral de Bolsonaro, farão exatamente o que determina o protocolo de segurança: cuidarão do próprio oxigênio. De quebra, o grupo começará a defender a saída dos ministros em janeiro, de forma a dar ao presidente mais tempo para organizar a equipe que cuidará do governo em 2022.


Ativo mais seguro

Diante da confusão e do recuo provocado pelas recentes brigas compradas pelos bolsonaristas, a ordem agora dos aliados do presidente Jair Bolsonaro é retomar o investimento na polarização com o PT, ofuscada em meio a posições contra o STF, voto impresso e por aí vai.


Malta, o retorno

Escanteado desde que foi preterido para assumir um ministério no início do governo, o ex-senador Magno Malta acompanhou o presidente ao Rio Grande do Sul neste fim de semana. A ordem é remontar as estruturas que ajudaram Bolsonaro em 2018.


Enquanto isso, na oposição...

A decisão do PSol e do PT em não participar das manifestações de hoje é um sinal de que esses partidos só querem o papel de protagonistas. Embora tanto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, quanto Guilherme Boulos, do PSol, se desdobrem em declarações sobre a necessidade de união e alianças, a maioria dos partidos não acredita em união.


Ou vai, ou racha

Esta semana é considerada o teste de fogo do armistício entre os Poderes. E a prioridade para o governo é a negociação dos precatórios. Até haverá alguma reclamação pela iminente devolução da medida provisória que alterou o marco legal da internet, mas nada capaz de abalar as estruturas do país.


CURTIDAS

Mandetta levanta.../ O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (foto) postou em suas redes sociais a seguinte mensagem: “Bora pra rua no dia 12? Precisamos de união para curar o Brasil”.

... e Fábio Faria corta/ “Mandetta convocando as pessoas para aglomerarem em plena pandemia?”, pergunta o ministro das Comunicações. Faria é visto no governo como o colaborador que tem sido mais rápido nas redes, em defesa do presidente. E, anotam alguns aliados, diferentemente do “vereador federal” Carlos Bolsonaro, o ministro não
perde a compostura.

Muita calma nessa hora/ Ainda não há encontro marcado entre Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. A longa conversa de Moraes com o ministro da Justiça, Anderson Torres, foi de bom tamanho, contam alguns governistas.

Dificuldades em casa/ O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, terá problemas para manter seu secretariado unido em prol de sua candidatura a presidente da República. É que, a contar pela recepção a Bolsonaro na Expointer neste fim de semana, tem muita gente no governo gaúcho entusiasmada pela reeleição.